Está sendo desenvolvido em Campo Mourão (PR) um programa de controle populacional de cães e gatos. O programa prevê ações para esterilizações, registro dos tutores e identificação de animais, promoção de feiras de adoção, educação para a guarda responsável, entre outras atividades.
O trabalho envolve parcerias entre voluntários, acadêmicos e profissionais das secretarias municipal de Agricultura e Meio Ambiente, da Educação e Saúde, Faculdade Integrado de Campo Mourão – Curso de Medicina Veterinária e Núcleo dos Veterinários de Campo Mourão.
Entre as ações, estão sendo realizadas palestras para alunos das 4ª séries da rede municipal de ensino. Os alunos estão recebendo material educativo e atividades. A expectativa é de que essa ação atinja aproximadamente 1,2 mil alunos por ano. “Nessa idade as crianças estão formando seus conceitos e personalidade. É importante que elas entendam sobre a importância de uma guarda responsável dos animais de estimação”, comenta o médico veterinário da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Regis Canteri.
De acordo com ele o programa de guarda responsável, realizado pelo poder público, sociedade civil organizada e demais institutos representativos da sociedade, necessitam do apoio e da mudança de atitude da população em relação aos cuidados com seus próprios animais de estimação. “O objetivo é minimizar os riscos à saúde pública e ao meio ambiente e criar uma situação de harmonia entre homem, animal e meio ambiente.”
Campo Mourão tem uma população estimada em 20,5 mil cães e três mil gatos. Canteri estima que 30% desses animais têm tutores que são responsáveis e tem controle sobre o animal. Já 70% têm responsáveis, mas que não tem a guarda e apenas 3% são animais errantes. “A maioria dos animais que vivem pela rua tem tutor, mas não assumem a responsabilidade de cuidar. Não é justo que a pessoa não queira mais o animal e passe o problema para frente. O maior problema que vemos é o descaso das pessoas que não cuidam de seus animais. Cachorro adulto na rua é sinal de que tem tutor. Dificilmente um cão que nasce na rua sobrevive bastante tempo.”
Controle populacional – O Controle Populacional de Cães e Gatos no Brasil foi pautado durante vários anos na captura, recolhimento e eliminação em massa de animais soltos em vias públicas. Esse foi o método considerado necessário na década de 70 em São Paulo como prevenção a doenças que pudessem ser transmitidas entre homens e animais, as zoonoses, em especial a raiva, que ocorria com frequência naquela época no Estado.
Contudo, em 2005 a Organização Mundial de Saúde (OMS), concluiu que “não há evidências de que a remoção de cães isoladamente tenha impacto significativo na densidade da população de cães ou na transmissão da raiva”. Isso ocorre porque a população de cães se renova rapidamente após o recolhimento pela carrocinha.
Canteri revela que a maneira mais eficaz é castrar o animal. “Vamos estruturar essa ação. Ainda existe uma cultura de que castrar faz mal para o animal. Isso não é verdade. O animal castrado tem uma boa qualidade de vida e o seu tutor também”, pondera. De acordo com ele o programa para castração dos animais com preço acessível, ou sem nenhum custo para a população, ainda está sendo estudado.
Uma outra questão é a identificação de cada animal. Canteri observa que em algumas cidades é implantado nos animais um micro-chip com informações sobre o animal e também do tutor. “Estamos estudando uma maneira de identificação do animal com seu tutor. Isso ajudaria no controle populacional e de animais na rua, pois o responsável poderá ser punido.”
Fonte: Tribuna do Interior