Após a Olimpíada de Inverno em Sochi (Rússia), a população de leopardos iranianos (persas) será reintroduzida no Cáucaso Ocidental. O seu restabelecimento em condições de natureza selvagem tem sido um processo difícil. No entanto, o programa iniciado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, continua a se realizar.
Há uns anos atrás, o líder russo perguntou aos cientistas se era possível restabelecer no Cáucaso a população de leopardos persas. Os especialistas afirmam se tratar de um caso sem precedentes na história.
O projeto iniciou há quatro anos, tendo proporcionado efeitos palpáveis. Os leopardos trazidos para o Cáucaso deram luz quatro “gatinhos” simpáticos que, daqui a um ano e meio, passarão a viver na floresta.
O primeiro grupo de leopardos foi trazido do Turcomenistão, os demais vieram diretamente do Irã. Para além dos cuidados habituais que recebem, são meticulosamente estudados, sobretudo, no processo de formação de casais, que darão a prole.
Este animal selvagem se destaca pela sua natureza complexa, conta o dirigente do Centro de Criação e Reabilitação do Parque Nacional de Sochi (Rússia), Umar Semyonov. “Quando pela primeira vez as fêmeas iranianas e os machos turcomenos chegaram até nós, não foi nada fácil formar um primeiro casal. É que os animais que se viram num ambiente artificial acabaram por sofrer um stress muito forte. Por isso, era preciso reabilitá-los e criar condições propícias e confortáveis num habitat diferente do anterior. Depois disso, foram tomados passos conducentes à formação de casais. O processo foi longo, tendo durado mais de dois anos e meio. Finalmente, os leopardos se habituaram às novas condições, se tornaram amigos e começaram a cuidar um de outro, o que resultou em prole”, disse.
Segundo sustenta o especialista, os leopardos trazidos de vários países têm contribuído muito para a recuperação da população. Por outro lado, a hibridação leva à degradação dos animais. O surgimento de novos animais, tomando em conta a integração do projeto num programa de pesquisas internacional, garante a preservação desta espécie. Nos próximos anos, na Rússia serão levados a cabo novos programas do gênero, constata o diretor da Representação Russa do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla inglesa), Igor Chestin. “Temos ainda leopardos de Amur, que habitam na região de Primorie. Ali, a situação, apesar de alarmante, está um pouco melhor. Após a criação do parque nacional “Zemlia Leoparda”, a população cresceu para um universo de 50 animais. Mas isto é muito pouco. Por isso, também existem planos de criar leopardos naquela zona”, declara.
O programa de reabilitação do leopardo persa está sendo realizado pelo Ministério dos Recursos Naturais e conta com o apoio do Parque Nacional de Sochi, Parque do Cáucaso, WWF e do Jardim Zoológico de Moscou.
Fonte: Voz da Rússia