Por Giovanna Chinellato (da Redação)
Tropas na zona de guerra não resistem em formar laços com os cães que encontram. Em 2008, o livro “De Bagdá, com Muito Amor” contou a história de um cãozinho que foi resgatado no Iraque e sua jornada para a casa do tenente-coronel que salvou sua vida, nos EUA.
Mas Lava não foi o único filhote a encontrar um caminho entre os destroços da guerra até o coração de um soldado. A SPCA Internacional pôs em prática um programa chamado Operation Baghdad Pups (Operação Filhotes de Bagdá), com o slogan “Nenhum parceiro fica para trás!” A Operation Baghdad Pups fornece cuidados veterinários para cães abandonados que são informalmente adotados pelas tropas, e ajuda os soldados na complicada tarefa de tirar os cães do país e adotá-los de verdade.
Exige muito comprometimento encarar a burocracia de transportar vira-latas através do oceano. Esses cães conquistaram sua lealdade. Além de ajudarem os soldados com as dificuldades emocionais da guerra, os vira-latas frequentemente acabam virando heróis de verdade. Tropas britânicas no Afeganistão adotaram um cachorro do deserto, que chamaram de Brin, depois que ele entrou em sua base. Brin seguia as patrulhas no território taliban. Como se tivesse tido treinamento militar (o que não teve), Brin começou a latir para cada montinho de areia suspeito, que acabavam sendo bombas na beira da estrada. Ele salvou muitas vidas.
A reputação heróica de Brin chegou ao Taliban, que assumiu que ele fosse um farejador treinado. Brin foi deixado para trás numa recuada de emergência com helicópteros e o exército taliban seqüestrou-o. Mas os soldados não desistiram. Eles disseram ao Exército Nacional Afegão que queriam o cachorro de volta, e ele acabou sendo resgatado numa batida ao território taliban.
E não são apenas cães. Gatos que vagam pelos campos também são resgatados. Três marinheiros americanos no Afeganistão fizeram mais do que o impossível para salvar gatos que cruzavam seu caminho. Eles cuidaram de gatinhos abandonados, machucados e doentes. Não puderam salvar todos, mas ao menos dois chegaram seguros nos EUA, onde vivem vidas pacíficas e confortáveis.
O esforço para trazer esses animais para casa é muito válido. Não apenas os bichos ganham uma nova vida, pois depois de ajudarem os soldados a lidar com o stress na guerra, ajudam-nos na reabilitação à vida civil. Esses animais e esses soldados passaram por muita coisa juntos e formaram um laço que jamais deveria ser quebrado.
Fonte: Animals Change