Dez animais estão atualmente sob os cuidados da equipe do Instituto Tartarugas do Delta, no Piauí. A organização, que atua há mais de 20 anos na proteção ambiental, trabalha tanto no monitoramento quanto na reabilitação de espécies marinhas. Muitos desses animais chegam ao centro debilitados, incapazes de nadar ou de se alimentar sozinhos.
Um dos casos que chamou a atenção dos profissionais foi o de uma tartaruga que chegou à unidade com graves ferimentos. O veterinário Igor Santos explica que a equipe precisou recorrer a materiais de uso humano para salvar o animal: o casco foi reconstruído utilizando resina odontológica.
“A tartaruga chegou com fratura de casco e de crânio. No primeiro momento, reabilitamos o animal e depois refizemos o casco com resina odontológica para proteger contra infecções e estimular a cicatrização abaixo dele”, detalhou o veterinário.
A reabilitação no instituto ocorre de forma gradativa. O tratamento começa em um tanque menor, que funciona como uma unidade de terapia intensiva. À medida que o quadro clínico evolui, o animal é transferido para um tanque com menos contato humano e, por fim, para um ambiente sem qualquer interação, simulando a vida livre.
Segundo o instituto, as tartarugas permanecem em tratamento por um período de cinco a seis meses, dependendo do estado de saúde.
Além da reabilitação, o monitoramento ocorre em todo o litoral piauiense para identificar espécies que precisam de socorro, com equipes distribuídas por todas as praias do estado.
O trabalho se intensifica com a temporada reprodutiva no litoral do Piauí. O período começa em dezembro, quando as primeiras fêmeas sobem à areia para fazer os ninhos, e segue até o nascimento dos últimos filhotes.
Fonte: Portal Clube News