Um professor de dança de Macapá é suspeito de agredir, a pauladas, um cachorro, após ver que o animal estava cruzando com sua cadela, uma mestiça de labrador com dog alemão. O caso aconteceu na última segunda-feira, no Bairro do Buritizal. O cão está em estado grave. O homem nega as acusações.
“O Costelinha estava cruzando com ela no meio da rua. O tutor da cadela viu e bateu nele até se desgrudarem. Vizinhos chamaram nosso voluntário para socorrer o animal, mas quando ele chegou, encontrou o cachorro com hemorragia”, explicou Laudenice Monteiro, presidente da ONG Anjos Protetores.
Laudenice não estava no local e ouviu a versão de moradores. O voluntário citado, o estudante de Direito Victor Hugo Fernandes, de 23 anos, também não encontrou com o acusado, Júnior Souza, de 38. O professor deu sua versão para o que ocorreu.
“Eu afastei os cachorros com a sandália. Quando peguei a ripa (pedaço de madeira), os dois já tinham se soltado. Esse cachorro já estava sendo agredido por outros cachorros maiores, porque havia duas cadelas no cio e eles vivem brigando por causa delas”, disse Júnior: “Mais de duas pessoas pegaram pedaços de pau para os dois se separarem e só eu fui acusado. Estou muito abalado com esse caso. Faço muitas coisas boas. Sempre participei de eventos beneficentes. Não estou foragido e não sou o que muitos pensam. Cometi um erro, que foi o de bater no cachorro com a sandália”, defende-se o dançarino, alegando que o pedaço de madeira era apenas para assustar.
Para Júnior, uma antiga briga entre uma vizinha com seu ex-cunhado motivou a acusação. Já Victor não acredita no que diz o professor.
” Ele (Júnior) nega, mas inclusive anda debochando dos vizinhos. Todos o viram com pedaço de pau na mão. Três pessoas fizeram Boletim de Ocorrência, mas elas agora estão com medo de represálias”, contou o voluntário da ONG.
O protetor de animais, que está cuidando de Costelinha, disse que o cachorro está com vários hematomas, cortes, lesões e corre o risco de perder o olho direito:
“A situação é gravíssima. Ele está muito debilitado, sentindo muita dor. Está à base de Tramadol, que é um remédio fortíssimo”.
O delegado Savio Pinto, da Delegacia Especializada em Meio Ambiente (Dema), informou que ouvirá Júnior na próxima segunda:
“Já ouvi uma testemunha ocular e o protetor da ONG. Essa testemunha mora em frente ao local onde ocorreu a agressão e relatou cada detalhe, mostrando, inclusive, foto do acusado. Segundo ela, ele bateu tanto que o animal desmaiou. O cachorro está muito machucado. Determinei laudo pericial e vou esperar resultado. A gente tem que ter cautela”.
Segundo o delegado, se comprovada a agressão, Júnior pode pegar de seis meses a um ano de prisão, com multa, baseado no artigo 32 da Lei 9605.
Fonte: Jornal Extra