Produtos químicos utilizado para combater os incêndios na Austrália em 2019 e 2020 contaminaram o organismo de leões-marinhos e focas-marinhas australianos em perigo de extinção. Os compostos são cancerígenos e afetaram várias colônias em Victoria e South Australia. Os produtos químicos PFAS são proibidos em vários estados australianos e estão associados a uma série de problemas de saúde, incluindo câncer, defeitos reprodutivos e deficiências imunológicas.
Um estudo publicado na Science of the Total Environment afirma que as populações de leões-marinhos australianos caíram mais de 60% em quatro décadas e já estão sob pressão de surtos de ancilostomíase e tuberculose. Colônias de focas de todo o país também sofreram reduções drásticas. O nível do impacto negativo causado pelo PFAS encontrado nos animais ainda não é conhecido, mas os pesquisadores acreditam que será mais um desafio para a sobrevivência das espécies.
Os produtos químicos foram encontrados em concentrações particularmente altas em recém-nascidos. Cientistas acreditam que a contaminação, muito provavelmente, ocorreu durante a gestação ou amamentação. A exposição pode ocorrer por meio de muitas fontes, incluindo ar, solo e água contaminados, mas os pesquisadores suspeitam que as focas e os leões marinhos ingeriram os produtos químicos ao comer alimentos contaminados.
Os autores do estudo alertam que a contaminação das focas e dos leões-marinhos é apenas a ponta o iceberg, pois o PFAS fica concentrado nos tecidos e em pouco tempo pode comprometer toda uma cadeia alimentar e consequentemente causar danos não só às espécies animais, mas também aos seres humanos. Toda fauna marinha australiana pode estar contaminada e muitos animais terrestres também já foram expostos.