Por Raquel Soldera e Marcela Couto (da Redação)
Depois que a União Europeia decidiu proibir as importações de produtos provenientes da matança de focas no Canadá, a indústria canadense está agora apostando na China para manter seu controverso mercado de exploração de focas.
“É aconselhável não ter todos os ovos na mesma cesta”, disse a Ministra de Pesca, Gail Shea, em Pequim, onde está reunida com oficiais do governo chinês para discutir as exigências da importação.
Embora o Canadá esteja “muito decepcionado” com a decisão da União Europeia, a proibição da importação dos produtos levou a indústria canadense da caça de focas a diversificar, segundo Shea. “A Europa era um “pequeno” mercado para o Canadá. E claro, estamos desapontados pelas ações deles,” disse Shea.
A ministra disse que está tentando desenvolver novos mercados para partes de focas como carne, órgãos e óleos (gordura) depois que a União Europeia aprovou um veto contra esses “produtos” em Julho.
Empresas especializadas na matança de focas apresentaram coleções de casacos feitos com a pele do animal, oléos de seu corpo e supostos usos médicos para seus órgãos no “Show de peles”, evento bizarro realizado em Beijing na terça-feira (12).
Grupos de defesa dos direitos animais protestam incansavelmente contra a caça e assassinato sanguinário de focas. O governo canadense insiste que a prática é “sustentável” e que leva recursos para “comunidades isoladas”.
O Canadá espera se aproveitar da sede de sangue chinesa, oferecendo pedaços de focas mortas e criando assim um comércio lucrativo.
O único “detalhe” pendente é conseguir certificados chineses para a suposta qualidade da carne para o consumo humano.
A ministra ainda afirmou que não encontrou nenhuma resistência contra a carne de foca por parte dos ativistas dos direitos animais locais, fato que levou à proibição da importação dos produtos canadenses na União Europeia. “Isso não parece ser um grande problema aqui”, disse ela.
O Canadá entrou com um apelo à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a decisão da União Europeia. A grande indústria que se mantém às custas da morte de milhares de focas já está avaliada em mais de U$ 10 milhões, e pretende expandir seus atos de horror.
Com informações de Toronto Sun e Los Angeles Times