O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, culpou os castores pelos danos causados pelas enchentes no país. Com inundações severas que devastaram o país no último mês, Tusk declarou que os hábitos de escavação da espécie causaram o problema, influenciando a população a matá-los.

No entanto, Gerhard Schwab, um gestor de vida selvagem alemão, afirma que as barragens polonesas deveriam ser melhor protegidas, evitando que castores cavem elas. “Matar castores em diques durante enchentes infelizmente é algo feito em muitos países, porque os castores constroem tocas nos diques, então a água pode entrar e os diques podem se romper”, disse Schwab em uma entrevista ao POLITICO.

Mas os alemães têm uma forma melhor de proteger os diques do país, acrescentou. “Você só precisa colocar uma malha de arame na superfície, um pouco de folhagem e grama por cima, assim você pode cortar a grama e os animais não conseguem mais cavar”, explicou Schwab. “Por outro lado, se eles construírem um dique do zero, podem fazê-lo de cascalho, evitando que os animais façam buracos, porque assim que começam a cavar, o cascalho desmorona e o buraco desaparece.”

Schwab relata que, ao contrário do restante da Europa Central, os castores estão amplamente espalhados pela Polônia e atualmente somam cerca de 120 mil indivíduos.

Outros países da Europa Central não tem mais populações tão grandes da espécie, disse Schwab, que trabalha para reintroduzir os castores em seu habitat. “Eles trazem muitos benefícios. Por exemplo, eles retêm a água durante enchentes. Não como as barragens e diques de controle de enchentes, é claro, mas eles ajudam a diminuir o fluxo dos riachos. Na Baviera, as represas de castores mantêm vilarejos livres de enchentes há muitos anos”, pontuou o alemão.