As andorinhas têm sido o símbolo da Primavera, mas em breve poderemos precisar de um novo. Em Portugal, o número de andorinhas-das-chaminés diminuiu 40% nos últimos 20 anos, de acordo com os dados do Censo de Aves Comuns da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
Em comunicado, a SPEA explica que as espécies de aves comuns são as primeiras a dar indicação de que algo não está bem. Neste momento, não são só as andorinhas que estão a ver os seus números diminuir. Este declínio verifica-se em diversas espécies de aves migradoras de longa distância, como o cuco, o picanço-barreteiro e a rola-brava, não só em Portugal, como um pouco por toda a Europa.
As alterações climáticas que têm tido impacto no mundo inteiro estão a afetar as aves migradoras como as andorinhas. Isto acontece porque as mudanças no clima afetam os sinais que as espécies usam para iniciar as migrações, assim como a quantidade de insetos essenciais para alimentarem as crias.
Além das aves migradoras, também as aves comuns nos meios agrícolas, como o pardal, o peneireiro e a milheirinha, estão a ver os seus números baixar desde o início do século. O fenómeno é o resultado da mudança das práticas agrícolas que artificializa os campos e destrói o mosaico tradicional, explica a SPEA em comunicado.
Para evitar que o declínio continue, a SPEA salienta a importância de implementar políticas que promovam práticas agrícolas sustentáveis e criar estratégias para o ordenamento do território e para o desenvolvimento energético.
O Censo de Aves Comuns foi publicado em maio de 2024 e avalia as tendências populacionais de 64 espécies de aves comuns em Portugal continental entre 2004 e 2023. É ainda feita uma comparação com a situação destas espécies em Espanha e Portugal.
Fonte: AWAY
