O que pode ser um presente original para o Natal? Por que não adotar e presentear uma tartaruga ou um tubarão? Com tarifas que oscilam entre 50 e 4.000 dólares, uma pessoa, uma família, um grupo de amigos, um centro educativo ou qualquer empresa e instituição pública ou privada poderá escolher entre diferentes modalidades de “adoção” de uma tartaruga ou de um tubarão na Costa Rica.
Para que?
A ideia é participar da luta científica e tecnológica nas águas do país para tentar proteger os animais das constantes ameaças de um implacável perigo: frotas pesqueiras da Costa Rica e da Ásia dedicadas a caçar tubarões para roubar suas barbatanas ou a pesca de atum, camarão e outras espécies marinhas com técnicas de arrasto que aprisionam as tartarugas.
O número anual de tartarugas presas em redes no mundo todo supera 250.000 e nas águas da Costa Rica ultrapassa 15.000, segundo o Programa de Restauração de Tartarugas Marinhas (Pretoma), associação da Costa Rica não estatal que lançou o plano de adoções. Como na Ásia os tubarões são considerados uma iguaria, as frotas pesqueiras asiáticas e costa-riquenhas os capturam, cortam ou desprendem a barbatana e, mutilados, eles são devolvidos ao mar, em uma depredação massiva. Costa Rica é o sexto exportador mundial de barbatanas de tubarão, com 327 toneladas anuais.
As campanhas para adotar uma tartaruga ou um tubarão procuram financiar a implantação dos transmissores via satélite para estudar seus movimentos migratórios e as ameaças e reunir assim conhecimento para sua conservação. O transmissor reporta posição geográfica, temperatura aquática e profundidade atingida pelos animais, em uma comunicação que pode se prolongar por um período de seis a até doze meses, já que o instrumento deteriora-se ao estar exposto a situações naturais hostis.
Cada transmissor vale entre 3.500 e 4.000 dólares e é colado neles com uma cola especial que também não provoca nenhum dano ao animal, segundo Pretoma. “É como um Sistema de Posicionamento Global (GPS) e nos dá informações muito ricas para promover ações de manipulação e conservação da espécie e dar recomendações às autoridades”, relatou o costa-riquenho Rándall Arauz, presidente de Pretoma.
Os preços são variados e por 50 dólares pode ser adotada uma tartaruga que, no seu processo de aninhamento em praias costa-riquenhas, recebe uma marca metálica. Por 500 dólares pode se monitorar os movimentos de uma tartaruga ou de um tubarão com transmissor unicamente acústico, e por 2.000 a 4.000 por um transmissor por satélite, segundo Arauz.
Ao adotar e batizar uma tartaruga, recebe-se um link de Internet para se seguir ao vivo, seja em praias onde aninham, na ilha ou em refúgios nacionais, além de uma fotografia e de um colar artesanal em forma de quelônio. O processo inclui um certificado de adoção com os dados do animal e o acesso a discussões científicas sobre o estado destas populações marinhas. Quem adota e batiza um tubarão, recebe um certificado de reconhecimento, relatórios sobre a mutilação da espécie e o link para acompanhá-lo por satélite.
Fonte: El País