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Preta, Preta, Pretinha...

23 de julho de 2010
2 min. de leitura
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Por Ana Cardilho
em colaboração para a ANDA

A Preta foi resgatada pela garota Juliana, na Ponte do Rochedale, Osasco (SP), num dia de muita chuva. Em um desentendimento com sua mãe, Juliana foi expulsa de casa junto com a Preta. A Juliana foi para uma pensão, e a Preta que estava prenha e teve seis filhotes, foi colocada provisoriamente no quintal de uma casa, mas o dono da casa, que já tem outros animais, pede que ela os retire.

Esse é meu nome: Preta. E essa é a minha cor: pretinha. Fui resgatada na Grande São Paulo, em Osasco, num dia de chuva intensa. Estava prestes a ter meus filhotes: seis no total. Todos nasceram bem. São espertos, saudáveis, brancos com manchas pretas espalhadas pelo corpo. São uns amores. Estão mamando ainda mas já podem ser adotados. Todos queremos, precisamos ser adotados.

Tenho esperança de que isso aconteça porque sei de muitas histórias de animais que foram adotados e hoje vivem muito bem, pulam pelo sofá da casa, e alguns chegam a dormir até na cama com os protetores!

Quando vagava pelas ruas, procurando comida e água fresca, ouvia falar de um cachorro aqui e um gato ali que tinham tirado a sorte grande. Retirados da rua por anjos humanos, eles ganharam casa, alimentação, colo e carinho. E retribuem com toda dedicação de que somos capazes. E como somos! Alguém pode receber tão bem, com tanta alegria e animação quando chega em casa o protetor? Ninguém é capaz de tantos pulos, lambidas e aquela barulheira que só nós, peludos, sabemos fazer.

Agora é esperar. Nossas fotos estão circulando, nossos pedidos também. Somos lindinhos. Merecemos uma vida boa, com cuidados, proteção. Eu tenho fé. Há muita gente boa por esse mundo e o querido Chico, o de Assis, há de mexer uns pombinhos aqui e ali e trazer para nós os protetores que merecemos. Daí é esticar as patas ao sol, deixar a barriguinha pra cima e agradecer. Porque a vida é, acima de tudo, sagrada.

E aí? Alguém se habilita??

Ana Cardilho é escritora e jornalista. Com um olho na realidade e outro na prosa imaginária conta com mais de 20 anos de experiência em rádio e TV, tendo feito reportagens, edição e fechamento de telejornais e programas, e é ficcionista.

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