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Presidente da UIPA rebate declarações de advogado do Instituto Royal

30 de outubro de 2013
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A presidente da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa), Vanice Orlandi, rebateu as declarações do advogado do Instituto Royal, Alexandre Domingos Serafim, em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para debater as denúncias de abusos de animais nos testes científicos realizados no laboratório do instituto em São Roque, interior paulista.

Em referência à informação de Serafim de que a entidade sofreu ampla inspeção em 2013, a pedido do Ministério Público (MP), Vanice disse que a visita do biólogo designado pelo MP público foi agendada. Segundo ela, quando o biólogo e o veterinário chegaram ao pátio externo do laboratório, sentiram um forte odor e acharam que era proveniente de cadáveres. “Não, eram as fezes dos cães. Eles se alimentavam e pernoitavam sobre as próprias fezes”, disse.

Vanice também afirmou que os machos reprodutores nunca viram a luz do dia. Segundo ela, a informação sobre a recreação dos cães foi dada pelos funcionários ao biólogo que fazia a inspeção, mas ele não presenciou os cães na recreação.

A presidente da Uipa reconheceu que não foi constatada violência na inspeção solicitada pelo Ministério Público. No entanto, ela ressaltou que “os animais são forçados a absorver substâncias tóxicas, letais, e depois têm que ser mortos porque ficam muito debilitados”. “Isso não é uma violência?”, questionou.

Ineficiência

De acordo com Vanice, de cada dez substâncias usadas em animais, apenas uma é utilizada em humanos. Ela afirmou que há cerca de 6% de chance de que aquele remédio testado no animal venha a ser usado pelos humanos, e que a experimentação animal serve para dar uma falsa segurança para os testes. “Nós somos levados a crer que as experimentações com animais são imprescindíveis, e não são”, disse, acrescentando que cem milhões de animais morrem ao ano no mundo inteiro por causa dessa exploração.

Vanice também criticou a Lei Arouca (11.794/08), que regulamenta as pesquisas científicas com animais. “A Lei Arouca fala em comissão de ética. Mas não existe comissão que impeça que o animal seja submetido a dor e angústia. Eles recebem anestésicos, cuja ação tem duração limitada”, destacou.

Ela disse ainda que a lei permite experimentos que provoquem grau elevado de agressão, dependendo da expectativa de resultado daquela pesquisa. “A consciência que nós temos que nos faz sentir dor é a mesma dos animais, e a comissão de ética não vai impedir que haja sofrimento”, afirmou. Segundo a presidente da Uipa, essas comissões pouco sabem dos métodos alternativos, que não usam animais.

Fonte: CBN Foz

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