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NATUREZA AMEAÇADA

Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio critica desrespeito a leis ambientais

"Eu me sinto envergonhado de ser cobrado por gente lá fora de cumprir a nossa lei", disse Marcello Brito

1 de setembro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Agropecuária está diretamente ligada ao desmatamento de áreas em que árvores são derrubadas para dar lugar a pastos para bois explorados para consumo (Foto: Daniel Beltrá)

O desmonte ambiental promovido pelo governo Bolsonaro tem sido criticado com frequência por defensores dos direitos ambientais. Recentemente, no entanto, até mesmo o presidente de uma instituição voltada à defesa do agronegócio – setor que tem ligação com o desmatamento comprovada por estudos – fez críticas à forma como a polícia ambiental tem sido conduzida no Brasil.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Marcello Brito afirmou que sente vergonha da situação atual do país, na qual líderes mundiais e empresas internacionais contestam a política ambiental brasileira e ameaçam boicote por conta dos altos níveis de desmatamento e queimadas.

“Eu me sinto envergonhado de ser cobrado por gente lá fora de cumprir a nossa lei”, disse Brito.

Representante da instituição, ele também esteve à frente de um manifesto divulgado nesta semana pela ABAG para defender a democracia. Temerosa diante da instabilidade política vivida pelo Brasil, a entidade se pronunciou no mesmo dia em que um manifesto do setor industrial, capitaneado pela Fiesp, foi publicado, causando uma divisão na Febraban devido à saída da Caixa e do Banco do Brasil da associação.

Ao defender a democracia, a ABAG cobrou que as lideranças brasileiras se mostrem “à altura do Brasil”. Na opinião da instituição, problemas enfrentados atualmente pelo país podem ser agravados pelo que foi classificado como “politização ou partidarização nociva”.

A destruição ambiental causada pela agropecuária

Uma das atividades humanas que mais destrói o meio ambiente é a agropecuária. Em 2018, 81% das áreas desmatadas na Amazônia brasileira foram ocupadas por pastos para criar bois explorados para consumo humano, segundo levantamento realizado pela organização internacional Trase. Isso sem considerar os extensos territórios desmatados para o plantio de grãos usados na alimentação desses animais, como a soja.

Além do desmate, a agropecuária também polui o lençol freático e o solo com os dejetos dos animais, que por sua vez soltam flatulências que liberam gases de efeito estufa. Essa atividade também é responsável pelo desperdício de grandes quantidades de água – segundo dados da organização Water Foodprint, são desperdiçados 16 mil litros de água para a produção de um único quilo de carne.

Milhares de ativistas pelos direitos animais e ambientalistas alertam frequentemente para a necessidade da população mudar seus hábitos alimentares, optando pelo veganismo não só como forma de não compactuar com o sofrimento animal, mas também para proteger o meio ambiente.

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