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AMOR MATERNO

Preocupada e cuidadosa, mãe vaca não deixa bezerro sozinho nem durante travessia de rio

12 de julho de 2025
Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução/Instagram

Um vídeo tem tocado milhares de pessoas e reacendido discussões fundamentais sobre a maneira como os animais são vistos e tratados pela sociedade. No estado de Barinas, na Venezuela, uma vaca foi flagrada nadando ao lado de uma canoa que transportava seu bezerro para o outro lado de um rio. A cena, registrada por um morador local, mostra a mãe acompanhando de perto a embarcação, mantendo-se firme e próxima durante toda a travessia.

O comportamento da vaca, atento e protetor, emocionou usuários de diferentes partes do mundo. Em meio ao fluxo acelerado das redes sociais, o vídeo conquistou espaço por sua simplicidade e profundidade, transmitindo, sem palavras, a intensidade de um vínculo que ultrapassa qualquer barreira de espécie.

Especialistas em comportamento animal têm reforçado o que a ciência já comprova há décadas: bovinos são seres sensíveis, capazes de criar laços afetivos fortes e de sofrer com separações abruptas. Esse tipo de interação, como a demonstrada no vídeo, dificilmente seria possível se os sentimentos desses animais fossem superficiais ou inexistentes, como durante muito tempo tentou-se justificar em nome da exploração pecuária.

Na indústria do leite, por exemplo, é comum que vacas e seus filhotes sejam separados logo após o parto, prática que causa profundo estresse tanto nas mães quanto nos bezerros. A cena de Barinas, portanto, vai além da ternura. Ela expõe, ainda que de forma indireta, a violência estrutural que atinge bilhões de animais todos os anos sob a justificativa da produtividade.

Enquanto boa parte do debate público continua focado nos efeitos ambientais da pecuária, registros como este convidam a um olhar mais abrangente — que considere também as questões morais e emocionais envolvidas na relação entre seres humanos e animais não humanos. A vaca que escolheu seguir seu filhote até o fim, nadando ao lado da canoa em águas possivelmente frias e turbulentas, não agiu por instinto cego. Ela revelou algo que, no fundo, muitos já sabem: o amor materno não é exclusivo da espécie humana.

Em um cenário global marcado por crises ambientais, colapso de biodiversidade e doenças associadas ao consumo de animais, a reflexão sobre esses vínculos torna-se ainda mais urgente. A imagem da vaca nadando com esforço ao lado de seu bezerro escancara o abismo entre o que os animais sentem e o modo como são tratados nas estruturas econômicas e sociais atuais.

A cena de Barinas poderia ser apenas um momento comovente, mas se torna símbolo de algo maior: a necessidade de repensar, com honestidade e compaixão, o lugar que damos aos animais em nossas escolhas diárias. Porque o mundo muda quando deixamos de olhar para os animais como recursos e passamos a vê-los como vidas que importam.

Veja o vídeo:

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