Banhistas que frequentam a Praia das Astúrias, no Guarujá, litoral paulista, nas últimas semanas se depararam com uma faixa que alerta sobre a presença de tartarugas no mar e que pede às pessoas que evitem mexer ou alimentar esses répteis. Predominantes na costa da cidade, as tartarugas-verdes são alvo de maus-tratos e correm risco de extinção.
Denúncias de banhistas que tiravam os bichos do mar e os levavam para serem fotografados ou alimentados são recorrentes, segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Mesmo assim, nenhum caso semelhante foi flagrado por fiscais da prefeitura.
“Recebemos informações de que banhistas capturaram tartarugas e as deixaram na praia”, disse a bióloga Ewerlaine Reinhart, que trabalha na secretaria. “Tem gente que dá até pão de queijo para elas”, acrescentou. Quem for flagrado alimentando de forma errada os répteis – ou qualquer outro animal – infringe a lei federal de crimes ambientais (número 9.605, de 12 de fevereiro de 2008) e pode ser punido com até um ano de prisão e multa.
As tartarugas se concentram na Praia das Astúrias em razão da grande quantidade de alimentos disponíveis, como algas, águas-vivas e pequenos moluscos. “O organismo das tartarugas não está preparado para digerir nossos alimentos. É como dar uma feijoada a um bebê”, comparou a bióloga. Ela acrescentou que os animais não têm costume de botar ovos nas praias da cidade.
Apesar de serem dóceis, as tartarugas podem morder caso se sintam ameaçadas. “E quando mordem, não soltam. Podem causar um ferimento grave”, afirmou Ewerlaine. “Por isso, os banhistas devem evitar chegar perto de qualquer animal marinho.”
Fonte: G1