A Prefeitura de São Paulo enviou à Câmara Municipal um projeto que prevê a transformação de uma área de preservação ambiental na Zona Leste em aterro sanitário. Para isso, teriam de ser cortadas 10 mil árvores. O local, no entanto, abriga árvores nativas da Mata Atlântica.
O texto propõe uma mudança no Plano Diretor, permitindo a ampliação do aterro de tratamento de resíduos Leste, em São Mateus, próximo ao local.
O projeto já foi aprovado em primeira votação e passou por uma audiência pública. A previsão é que ele passe por uma segunda audiência e seja votado na hoje (26/11).
A oposição e urbanistas afirmam que não foram apresentados detalhes do projeto para debate. Eles argumentam que o terreno possui córregos e a nascente do Rio Aricanduva.
Apesar de o projeto de lei ainda não ter sido aprovado, a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente já concedeu a licença ambiental para a derrubada das árvores.
O documento diz que:
- 10 mil árvores terão que ser derrubadas;
- Entre elas, 981 espécies nativas da Mata Atlântica.
Como compensação, serão plantadas 10.147 mudas com altura mínima de 1,3 metro.
Para o urbanista Kazuo Nakano, integrante do Conselho Municipal de Política Urbana, o projeto não passou pelos conselhos necessários para ser aprovado.
“O processo está sendo enfiado goela abaixo, e as instâncias institucionais estão sendo completamente escanteadas e ignoradas neste processo. O mais importante é fazer essa discussão com as comunidades que estão vivendo em volta da área”, afirma.
A TV Globo pediu explicações sobre o projeto para a gestão Nunes, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.