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MINAS GERAIS

Prefeitura de Rio Preto acusa maus-tratos e decide não devolver gata

Depois de cobrar por procedimentos cirúrgicos como condição para devolver a gata Milk, Secretaria de Bem-Estar Animal aponta maus-tratos e retém felino

20 de outubro de 2025
Joseane Teixeira
2 min. de leitura
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Foto: Arquivo Pessoal

A novela da gata Milk, socorrida pela Secretaria do Bem-Estar Animal após a tutora mentir para conseguir atendimento veterinário gratuito, está longe de acabar. Isso porque, após a manicure Miriane Mireli de Lima Pereira tornar pública a batalha travada com o poder público pela guarda da gatinha, a secretária Amália Paci subiu o tom e, embora tenha dito que devolveria a gata se os custos do tratamento fossem pagos, mudou de ideia e comunicou que a guarda e propriedade da Milk foram legalmente transferidas ao município – sem especificar, entretanto, que juizado amparou a decisão.

Ao Diário, a pasta informou que um laudo veterinário revelou uma lesão antiga e severa no fêmur direito de Milk, que culminou em paralisia completa de uma pata traseira e dificuldades para suas necessidades básicas. “A secretaria classifica a situação como maus-tratos crônicos e negligência continuada. A não prestação de socorro adequado e a falta de cuidados básicos configuram violações graves às legislações de proteção animal”, informou.

Miriane contesta. Ela afirma que a gata, criada desde os primeiros dias de vida na mamadeira, caiu de uma árvore.

“Levei no veterinário e ele disse que não havia como corrigir, que a alternativa era amputar. Ele prescreveu medicamentos e eu optei por mantê-la assim. Claro que não guardei os papéis do atendimento porque não imaginava que fosse precisar um dia. Apesar da falta de mobilidade de uma perninha, a Milk é muito ativa. Ela se pendura na cortina, sobe na mesa. Tenho muitos vídeos e fotos que mostram
isso”, afirma a tutora.

Outra informação desconhecida pela família é que a gata, socorrida em trabalho de parto, teria tido quatro filhotes, e não dois como anteriormente comunicado à tutora. Segundo a secretária Amália Paci, dois filhotes teriam morrido em razão da demora no socorro.

“Sim, demorou porque eu havia pedido ajuda antes e eles negaram, sob a justificativa de que só socorrem animais de rua. Só menti quando vi que não teria alternativa”, fala a tutora

Para a advogada Clara Bastos, a apreensão de um animal com tutor somente é legítima quando houver constatação de maus-tratos, situação em que devem ser adotadas providências não apenas administrativas, mas também de natureza criminal.

A secretaria informou que um boletim de ocorrência já foi lavrado para apurar a responsabilidade penal sobre os maus-tratos. A pasta não respondeu ao Diário onde a gata está.

Miriane informou que recebeu o apoio de uma advogada ligada a uma ONG de proteção animal e vai tomar medidas para reaver a guarda de Milk e, agora, dos filhotes.

Fonte: Diário da Região

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