Maria Luiza Nunes
MGDA – Movimento Gaúcho de Defesa Animal
Ainda a respeito da denúncia de abandono dos animais das famílias transferidas em Canoas (RS) vejam, logo abaixo, a pérola publicada no Diário de Canoas – Comunidade, do dia 04 de novembro de 2011:
A prefeitura limita em dois o número de animais por família … e os outros? Isso quer dizer que cada família deve escolher dois cães entre todos para levar e manter sob sua guarda…
As soluções da prefeitura:
Os outros serão abrigados em um canil provisório que ainda não foi construído. Então, como levar os animais para lá?
De qualquer forma, os que “cairam da mudança” serão afastados definitivamente das suas famílias, pois a vice prefeita afirma que depois, quando construirem o tal abrigo provisório, os animais serão encaminhados para adoção.
Até lá, as pessoas devem espalhar seus animais em casas de amigos ou parentes. Como assim? E se não encontrarem pessoas disponíveis para assumir os animais? Para quem não conhece a realidade da proteção animal deve parecer muito fácil encontrar lares adotivos, ou casas de passagem gratuitas.
Essa declaração da vice prefeita serve apenas para atestar a desinformação das autoridades de Canoas sobre a complexa questão da fauna urbana doméstica… Abandono de animais, definitivamente, não é política pública.
Aliás, política pública voltada para os animais, em Canoas, inexiste. A luta ali é antiga, muitas promessas ao longo dos anos, as soluções não aparecem, as denúncias contra o canil municipal se avolumam… e tudo segue igual.
Quanto as declarações da vice prefeita… há momentos em que é melhor calar.
Estou encaminhando esse apelo também para o Prefeito Jairo Jorge, na esperança de que ele não tivesse conhecimento dessa manobra ridícula, que seria cômica, não fosse a gravidade do assunto, e que tome medidas mais dignas, iniciando pelo resgate daqueles animais que ficaram para trás e devolvendo aos seus tutores. E que também faça com que as promessas de “bem estar animal” recentemente divulgadas pela prefeitura sejam implementadas de fato e de imediato, o que contemplaria a situação daqueles animais comunitários, que são muitos, conforme declaração da vice prefeita (se bem que animal comunitário deve estar na comunidade… e se a comunidade se mudou, eles deveriam mudar junto… isso seria política pública, ou pelo menos o início dela).