Por Augusta Scheer (da Redação)
Durante sua campanha para a prefeitura de Nova York (e por muitos meses após sua vitória, em 2013), Bill de Blasio declarou firmemente que tinha a intenção de proibir carruagens puxadas a cavalo na cidade. O atual prefeito da Big Apple fez essa afirmação tantas vezes, que muitas pessoas têm a impressão de que as carruagens de fato já foram proibidas. Dezoito meses se passaram desde a vitória eleitoral de Bill de Blasio, mas os cavalos permanecem nas ruas de Nova York, atraindo turistas no calor dos dias de verão e percorrendo as ruas movimentadas durante a noite. O que será que aconteceu? A reportagem é do site Their Turn.
Em dezembro de 2014, um ano depois de assumir o mandato, de Blasio introduziu uma lei para eliminar as carruagens até 2016. Desde então, quase não falou mais no assunto: nem mesmo os acidentes com esses veículos, nem as mentiras da imprensa, o motivaram a falar sobre a questão das carruagens.
O prefeito é um político experiente e sabe que os legisladores municipais votarão contra sua proposta, a menos que ele os influencie para obter apoio. Também sabe que, se não exercer sua liderança, de nada adiantará o lobby ou então a pressão dos grupos defensores de animais.
O silêncio do prefeito diante da oposição crescente à medida é um mistério tanto para os ativistas, quanto para os nova-iorquinos, que se lembram da importância conferida ao tema na plataforma de campanha de Bill de Blasio. “Esperem pra ver”, dizia ele às câmeras, quando questionado sobre o assunto.
Será que o prefeito de Nova York conseguirá preservar sua credibilidade quando concorrer à reeleição, se abandonar essa promessa explícita de campanha? Será que dará as costas aos ativistas da cidade, que se empenharam na campanha do então candidato de Blasio contra seu rival, possibilitando sua vitória?
Desde que de Blasio assumiu o cargo, defensores de animais de todo o país dedicaram horas e horas a pressionar os membros do Conselho Municipal da cidade. Também indicaram santuários, possíveis destinos para os cavalos. Mas precisam que o prefeito Bill de Blasio faça sua parte. Se ele não demonstrar compromisso, por que é que os membros do Conselho demonstrariam? Afinal, estariam sujeitos aos ataques da mídia, se o fizessem.
Então, por que o prefeito de Blasio permanece em silêncio? Somente ele e seus assessores conhecem suas intenções. O que sabemos é que centenas de defensores de animais, os quais dedicaram suas vidas a garantir a segurança dos cavalos, irão responsabilizá-lo pela omissão. A não ser que o prefeito siga os passos de cidades como Mumbai e San Juan, que proibiram os veículos puxados a cavalo em 2015.