Ontem, representantes de diversos órgãos estiveram reunidos com o prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho, para discutir e levantar medidas cabíveis acerca do problema que envolve animais de grande porte soltos dentro e fora do perímetro urbano.
Melhorar a sinalização nas rodovias, viabilizar a compra de mais um caminhão para o Centro de Controle de Zoonozes (CCZ), reforçar a autuação criminal e conversar com as concessionárias para implantar Centros de Controle Operacional em Bauru são algumas das possibilidades pontuadas pelo prefeito para tentar amenizar a situação.
O problema, que é social, tem ocasionado acidentes e atropelamentos. O fato é que esses bovinos ou equinos que acabam sendo surpreendidos por motoristas e sofrendo acidentes são, em sua maioria, de moradores que não tomam os devidos cuidados quanto à tutela responsável.
Durante a reunião entre Policiamento Rodoviário, Departamento de Estradas e Rodagens (DER), CCZ, Polícia Militar (PM) e Sociedade de Proteção Ambiental Mountarat foram discutidas as principais dificuldades que cada entidade competente identifica face ao problema.
Estrutura precária para recolhimento, tratamento e identificação desses animais são principais empecilhos dos órgãos que se comprometem a amenizar o grave cenário de acidentes e mortes.
Segundo o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Bauru, José Rodrigues Gonçalves Neto, a maioria dos acidentes com animais em rodovias próximas às cidades envolve cavalos, em torno de 90% de acidentes que ocorrem em pistas que cortam a malha urbana. Os mais frequentes são na Bauru-Marília (Comandante João Ribeiro de Barros), Bauru-Piratininga (Rodovia Engenheiro João Batista Cabral Rennó) e na Bauru-Iacanga (Cezário José de Castilho).
Denúncias
Como a procedência da maioria desses animais é da área urbana, o CCZ é a entidade que se responsabiliza por recolhê-los. Assim, a instituição recebe denúncias e autua administrativamente os responsáveis. No entanto, o órgão conta apenas com um caminhão, que recentemente quebrou e comprometeu os serviços. “E também nem sempre temos uma solução imediata. Leva um tempo até o caminhão se deslocar com funcionários até o local indicado. A polícia é mais ágil nesse sentido”, aponta Gonçalves Neto. Contudo, conforme aponta o prefeito, o CCZ não deve negar recolher animais mesmo na rodovia.
Fora da área urbana, outras instituições se responsabilizam pelo recolhimento do animal, como o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e a concessionária que cuida da rodovia em questão. Mas a ausência de um destino adequado para equinos e bovinos tem sido uma dificuldade.
Uma proposta do DER para ajudar a alertar os que trafegam pelas rodovias é melhorar a sinalização. “É preciso atentar os usuários, implantar placas que avisem para reduzir a velocidade, por exemplo”, indica Aldevar Carlos Androli, diretor de serviços técnicos do DER.
Caminhão
O comandante da 1ª Companhia do 2º Batalhão do Policiamento Rodoviário em Bauru, Ordival Affonso Júnior, atentou para a importância dos casos serem levados à Polícia Civil, garantindo que inquéritos criminais sejam instaurados. Dessa maneira, por meio das investigações, o tutor do animal poderá ser localizado e penalizado.
O prefeito Rodrigo Agostinho finalizou a reunião garantindo que irá verificar a possibilidade da compra de um novo caminhão para o CCZ a partir do ano que vem. Além disso, afirmou que irá conversar com as concessionárias que cuidam das rodovias pelos arredores de Bauru para viabilizar a construção de espaços que poderiam ajudar a melhor estruturar o recolhimento de animais.
“A Cart já planeja montar Centro de Controle Operacional (CCO), já há até uma área que arrumamos para isso”, afirmou o chefe do Executivo. “Vamos criar uma sistemática e enviar tudo para a delegacia, para que sejam instauradas as devidas investigações”, pontuou.
Proibição de veículos de tração animal é discutida
Proibir a circulação de veículos de tração animal seria a solução para acabar com o problema dos animais de grande porte soltos pelas rodovias na concepção de Damair Pereira de Almeida, delegada da Sociedade de Proteção Ambiental Mountarat.
“Essa pode ser uma tendência, já que o problema de animais soltos repercute também na saúde pública, já que as fezes desses equinos utilizados por carroceiros acabam se tornando foco de leishmaniose”, diz o prefeito Rodrigo Agostinho.
Mas a proibição desses veículos esbarra em um problema social. Dos 1.300 carroceiros estimados na cidade, a maioria depende dessa locomoção já que sobrevive coletando materiais recicláveis. “Claro que não podemos desconsiderar o fato dessas pessoas dependerem da carroça para trabalhar”, frisou o prefeito.
Com informações de JCnet