(da Redação)
Postar fotos de cães como se tivessem mau comportamento e ao lado de mensagens como se fossem “ditas por eles” é a nova mania de muitos tutores em todo o mundo.
Mas os veterinários têm dado a isso o nome de “dog shaming” (“vergonha aos cães”), alertando que a atitude é realmente prejudicial aos animais envolvidos.
A prática envolve um cachorro com aparência envergonhada fotografado na cena em que supostamente cometeu alguma travessura, com dizeres em um papel a transmitir exatamente o que ele teria feito de “errado”.
Mas enquanto tudo isto pode parecer uma diversão carinhosa, veterinários e especialistas em direitos animais discordam.
Caroline Kisko, uma secretária do Kennel Club que estudou várias fotografias desse tipo, disse ao The Telegraph: “A idéia de envergonhar um cão publicamente é um disparate”.
“Poderia ser um pouco divertido, se fosse mantido em um nível razoável, mas as pessoas levam isso longe demais e deixa de ser engraçado para o cão. Os cães têm um nível de dignidade e não queremos que isso seja minado. Eles são destinados a serem nossos companheiro, não uma piada”.
As fotos vexatórias mais comuns são de cães que destruíram pertences dos seus tutores.
Enquanto muitos tutores argumentam que esse é um comportamento típico de um cão, especialistas sugerem que pode ser um sintoma de stress ou de doenças ocultas.
O Professor Peter Neville, do Centro de Etologia Animal Aplicada, disse à reportagem que os tutores que acreditam que seu animal deve ser capaz de sentir culpado por suas ações são provavelmente aqueles que estão fazendo-os se sentir ameaçados ao defrontá-los com uma contravenção.
Ele disse que os tutores que expõem seus animais domésticos online em fotos que causam vergonha podem causar “estresse grave ou até mesmo crônico” nos animais, o que pode levá-los à depressão, à baixa imunidade, deixando o cão infeliz e deteriorando a relação entre o mesmo e seu tutor.
Os alertas vieram depois de um estudo conduzido pela Drontal, o fabricante de medicamentos veterinários, que revelou que muitos tutores consistentemente interpretam o “medo” dos animais como “culpa”.