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Português descobre em Angola nova espécie de tartaruga

5 de fevereiro de 2010
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O paleontólogo Octávio Mateus disse hoje (5) ter confirmado cientificamente a descoberta de um novo gênero e nova espécie de tartaruga, encontrada em 2005 ao integrar uma expedição de cientistas de vários países a Angola.

Crânio de tartaruga "Angolachelys mbaxi" de Angola e o paleontólogo Octávio Mateus (DR)
Crânio de tartaruga “Angolachelys mbaxi” de Angola e o paleontólogo Octávio Mateus (DR)

Denominada Angolachelys mbaxi, ou seja, tartagura de Angola, “a tartaruga representa um novo gênero e uma nova espécie para a ciência”, disse, em declarações à Lusa, Octávio Mateus, paleontólogo do Museu da Lourinhã e investigador da Universidade Nova de Lisboa.

Segundo o paleontólogo, pelas suas características anatômicas é possível concluir que a tartaruga pertence a um novo grupo até agora desconhecido para a ciência.

“Há as tartarugas que encolhem o pescoço para dentro da carapaça (criptodira) e as que encolhem para o lado. Esta recolhe o pescoço para o interior da carapaça e é a mais antiga em África a pertencer a este grupo”, explicou o paleontólogo.

Sendo a mais antiga tartaruga criptodira do continente africano com 90 milhões de anos (Cretáceo Superior), caracteriza-se por ser “uma grande tartaruga marinha de mais de um metro de comprimento e com um crânio de 20 centímetros”.

“É um dos primeiros répteis marinhos que cruzam o Atlântico de Norte para Sul”, sublinhou o paleontólogo, comprovando assim que há 90 milhões de anos os continentes americano e africano já estavam separados pelo oceano.

Além disso, o que a diferencia em relação às outras tartarugas são as “narinas separadas”.

Em 2005, o paleontólogo, que participou numa expedição com paleontólogos e geólogos norte-americanos, angolanos, holandeses e o português Miguel Telles Antunes, descobriu o crânio, fragmentos da carapaça, vértebras e garras do animal.

Após trabalhos laboratoriais e estudos de anatomia e relações de parentesco, Octávio Mateus viu agora a sua descoberta ser reconhecida pela comunidade científica, com a publicação do artigo “A mais antiga tartaruga criptodira de África do Cretácico de Angola” numa revista da especialidade.

Fonte: Público

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