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PROJETO

Portugal terá o primeiro grande santuário para elefantes da Europa

Projeto da organização Pangea, nos concelhos de Vila Viçosa e Alandroal, ocupará 402 hectares e espera receber os primeiros animais de zoos e circos no início de 2026.

7 de novembro de 2025
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

O Alentejo vai ser a ‘casa’ do primeiro grande santuário da Europa destinado a elefantes que viveram em cativeiro. O projeto, desenvolvido pela organização sem fins lucrativos Pangea, está a ‘nascer’ numa propriedade de 402 hectares nos concelhos de Vila Viçosa e Alandroal, no distrito de Évora.

Os promotores, que apresentaram a iniciativa esta quinta-feira em Vila Viçosa, preveem a chegada dos primeiros animais “no início de 2026, entre janeiro e março”.

Kate Moore, diretora-geral da Pangea, explicou que o terreno foi comprado em 2023 e que a instituição tem vindo a “trabalhar na gestão do habitat”. A fase de construção arrancou “há cerca de dois meses” com o “primeiro celeiro e o primeiro recinto”, obras que podem estar “concluídas em dezembro” deste ano.

O projeto conta com a parceria das câmaras municipais de Alandroal e Vila Viçosa e com o apoio da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Um “habitat natural” para 20 a 30 elefantes

O santuário, considerado “pioneiro” pela Pangea, quer oferecer “cuidados vitalícios a elefantes reabilitados de zoos e circos de todo o continente” europeu, esperando acolher “entre 20 a 30” animais. “Vamos avaliar constantemente esse número”, ressalvou Kate Moore.

A diretora-geral esclareceu que o objetivo não é “resgatar elefantes”, mas sim “trabalhar com pessoas que já têm elefantes e que estão à procura de uma alternativa para esses animais”.

Como exemplo, Kate Moore apontou os “elefantes que se encontram em países onde os circos foram proibidos de utilizar animais selvagens”, que serão “prioritários”. O santuário destina-se também a animais de “jardins zoológicos que já não querem ter elefantes, mas não têm um local para onde os enviar”.

“Queremos […] proporcionar-lhes um habitat natural por onde podem vaguear, com liberdade, mas ao mesmo tempo com cuidados veterinários e zootécnicos”, frisou.

Portugal escolhido pelo clima e habitat

A escolha de Portugal surgiu após um estudo de viabilidade à escala europeia, que selecionou o país “pelas suas condições ideais de habitat e clima”. Kate Moore detalhou que a propriedade alentejana foi considerada “a melhor pela sua topografia, colinas muito suaves e boas para os elefantes poderem andar, habitat muito diversificada e área privada e com muita água”.

O investimento, admitido como “significativo” e resultante “de donativos”, não foi precisado. A Pangea garante, no entanto, querer privilegiar a ligação local, “empregar pessoas locais” e ministrar “um programa de formação para desenvolver capacidades locais”.

O santuário não estará aberto ao público de forma regular. Contudo, Kate Moore admitiu a realização de ‘open days’ (dias abertos) anuais, nos quais será “selecionando pessoas da comunidade local e outras que doem para o projeto, através de um sorteio ou lotaria, para que possam visitar o espaço”.

Fonte: A Verdade

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