Por Amanda Grimm (da Redação)
Na véspera do feriado de Corpus Christi, chamado de Feriado de Corpo de Deus pelos lusitanos, Portugal sediará mais dois eventos de tortura e crueldade contra animais. A vítima, mais uma vez, é um touro.
Entre os dias 2 e 5 de junho, os portugueses participarão do 22º Festival em honra ao cavalo Puro Sangue Lusitano, motivo de orgulho nacional. O evento, que será realizado no Hipódromo Manuel Possolo, em Cascais, trará várias programações, entre elas, a famosa corrida de touros – que deveria ser motivo de vergonha nacional.
Para dar continuidade à tortura, hoje, quarta-feira (2), véspera de feriado, um touro andará pelas ruas de Ponte de Lima, enfrentando uma verdadeira via-crucis: será preso por cordas, esperando ser molestado pelos transeuntes mais “corajosos”. A tortura trata-se de uma tradição que começou em 1646 e é repetida todos os anos no dia que antecede o feriado.
Durante todo o ato de crueldade, chamado de Vaca das Cordas, o touro, controlado por mais de dez pessoas e preso por duas cordas, é conduzido até a Igreja Matriz e preso à janela de ferro da Torre dos Sinos, onde recebe um banho de vinho tinto na região do “lombo abaixo, para retemperar forças”, como prega a cruel tradição.
Depois de toda essa humilhação, o animal é obrigado a dar três voltas na igreja, enquanto é enfrentado pela população, sofrendo todo tipo de maus-tratos. Após isso, o touro é levado para o areal da vila, onde começa mais uma sessão de tortura para ele e outros animais, a tourada ao ar livre.
Ao anoitecer, o animal é recolhido, sendo posteriormente abatido num matadouro para a carne ser comercializada num talho de Ponte de Lima.
Triste ver que um feriado de celebração cristã, que deveria pregar o amor ao próximo, seja de qualquer espécie, sirva de motivo para incitar a violência e tortura, sacrificando os seres mais vulneráveis, que não têm a menor possibilidade de defesa.