Mais de 5 mil bois vivos foram embarcados no navio Queensland, no Porto da cidade de São Sebastião (SP), iniciando uma jornada aterradora rumo à Turquia. Enquanto o mundo avança em direção a práticas mais éticas e humanitárias, o Brasil persiste em perpetuar uma realidade desoladora para milhares de animais sencientes.
O Movimento Contra Exportação de Animais Vivos (@mceav.ss) tem sido uma voz incansável na luta contra essa crueldade. No dia 4 de janeiro, antes mesmo do navio se aproximar da cidade, organizaram uma manifestação que ecoou o clamor pela interrupção desse comércio insensível. Na segunda-feira (8), retornaram ao local, testemunhando e denunciando as condições aterrorizantes enfrentadas pelos animais, cujo desespero é evidenciado em seus olhos.
Em um período de apenas oito meses, de janeiro a agosto de 2023, o Porto de São Sebastião conduziu oito embarques de animais vivos com destino à Turquia, totalizando cerca de 70 mil indivíduos. Esses seres sensíveis experimentaram um sofrimento inimaginável antes mesmo de enfrentarem uma trágica morte.
É impossível esquecer o episódio que ocorreu neste mesmo porto em 2018, quando um boi, posteriormente batizado como Elias, nadou 10 km durante 5 exaustivas horas. Após chegar à margem, completamente exausto, Elias foi brutalmente içado pelas pernas e devolvido ao navio. Esse incidente, ao invés de ser um ponto de virada para práticas mais humanas, serviu apenas como um triste lembrete da indiferença sistemática para com o sofrimento animal.
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Os 5,4 mil bois a bordo do Queensland enfrentarão agora semanas de confinamento em espaços exíguos, quentes e mal ventilados, imersos em fezes e urina. Aqueles que conseguirem sobreviver à viagem serão confrontados com uma morte trágica assim que alcançarem seu destino.
A exportação de animais vivos é uma prática desumana e inaceitável. É hora de o Brasil reavaliar suas políticas e adotar medidas que respeitem a vida e o bem-estar animal, encerrando de uma vez por todas essa jornada infernal que tantos inocentes são forçados a percorrer em nome do comércio.
