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Porque consumir uma dieta vegana?

30 de julho de 2013
10 min. de leitura
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“Em função de manter a sustentabilidade já que movemos perante uma população global de 9.1 bilhões de pessoas em 2050, estamos pedindo por uma mudança global em direção a uma dieta vegana e alegamos que o mesmo é crucial para salvar a população mundial da fome, escassez de combustível e os piores impactos nas mudanças climáticas.” Nações Unidas (ONU), relatório “Assessing the Environmental Impacts of Consumption and Production”.

Os principais benefícios de adotarmos uma dieta sem crueldade são:

•    Término da fome mundial: de acordo com o ativista Gary Yourofuski, 65% (1) dos grãos produzidos em todo mundo, são destinados a engordar os animais que escravizamos para o abate. É sabido que, apenas com a diminuição no consumo de carne, já conseguiríamos acabar com a fome no mundo.

•    Melhor aparência física: Dietas veganas, caso não sejam baseadas em junk-food, são menos calóricas e com menor teor de gordura e, por isso, veganos aparentam mais jovens e magros do que suas contrapartes onívoras. Laticínios são ligados à acne. Produtos animais em geral são ligados à obesidade. Dietas ricas em gordura causam a pele não ser devidamente oxigenada, assim ficando ressecada, envelhecendo muito mais rápido e causando celulites e outras complicações. Os nutrientes das plantas encontrados nas frutas e vegetais tornam a pessoa mais atraente, mais bronzeada e retarda o envelhecimento. (2)

•    Mais fácil perda e manutenção do peso: De acordo com um estudo conduzido pelo renomado cardiologista Dean Ornish, pessoas com sobrepeso que adotavam uma dieta quase vegana, hipo-lipídica, perdiam uma media de 11 quilos no primeiro ano e mantinham essa perda cinco anos depois. E a melhor parte, fizeram isso comendo mais comida que antes, sem contar calorias e sem sentir fome (3).

•    Melhor funcionamento cognitivo até idades avançadas: O consumo de grandes quantidades de fitonutrientes, antioxidantes são correlacionados a uma menor propensão a doenças degenerativas mentais, enquanto o consumo de uma dieta rica em gordura saturada (produtos animais) é ligado ao alzeihmer, demência e senilidade precoce (4,5 e 6).

•    Menores índices de doenças crônicas e agudas: dietas vegetarianas são ricas em antioxidantes, vitaminas, minerais, fitonutrientes e baixíssimas em gordura saturada e nulas em colesterol. Por isso, vegetarianos apresentam menores índices de diversos tipos de câncer, doenças coronárias, diabetes, osteoporose, alergia (o leite e seus derivados são altamente ligados a elas), constipação (produtos animais não contém fibra, um nutriente essencial para o bom funcionamento do intestino, controlar o açúcar sanguíneo e reduzir o colesterol) etc. O estudo de Oxford estudou 6 mil vegetarianos e 5 mil não vegetarianos, durante 12 anos e mostrou que os vegetarianos morriam ou sofriam quase 50% menos dessas DCD (doenças crônico-degenerativas) e ainda tinham bem menos casos de apendicectomia (remoção do apêndice) (7)

•    Menores fatores de risco: Veganos com saudáveis dietas hipo-lipídicas possuem menores níveis de triglicerídeos, insulina em jejum (8), colesterol total e ruim (9), homocisteína, pressão sanguínea, hemoglobina glicada (a1c), antígeno prostático específico (PSA), hormônios ligados à promoção do câncer como IGF-1 (10), testosterona, estrogênio, insulina, proteína-C reativa ultra sensível (hsCRP, o qual é um  marcador (indicador) de inflamação. Pessoas com altos níveis de hsCRP apresentam maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares como infarto e AVC (11) entre outros. Estes são todos chamados de biomarcardores séricos. Substâncias em nosso organismo que podemos medir em laboratórios através de análise sanguínea e que indicam a propensão para diversas doenças. Altos níveis destas substâncias em seu sangue são relacionadas as principais doenças crônicas degenerativas.

•    Melhorar seu sistema imune: Sabemos desde 1989, por pesquisadores do “Centro de pesquisas alemão do Câncer” que embora vegetarianos tenham o mesmo número de células brancas (as que combatem doenças) comparados a onívoros, as dos vegetarianos é duas vezes mais efetiva em destruir seus alvos. Ou seja, não só células cancerígenas, mas vírus também. (12)

•    Diminuir drasticamente ou cortar sua necessidade por remédios: Pessoas que adotam uma dieta vegana, largam sua necessidade ou diminuem seu uso de insulina, remédios para colesterol, pressão, asma (12, 13 e 14). Um exemplo são os fitoesteróis encontrados apenas nos alimentos das plantas, os quais reduzem o nível de colesterol sérico sem os usuais efeitos colaterais das drogas farmacêuticas.
•    Diminuir ou cortar sua ingestão de: Diversas bactérias patogênicas, como E.coli, pfiesteria e salmonella, encontradas na carne, principalmente em hambúrgueres, causam inúmeras complicações de saúde e até mesmo diversas mortes em crianças americanas. De acordo com o site do FDA (Administração Federal de alimentos e medicamentos Americano): “Apesar de poder ocorrer com todo tipo de alimento, os mais ricos em proteína, como carne, frangos, peixe e frutos do mar são os mais frequentemente envolvidos com doenças provenientes de intoxicação alimentar” (15). E por incrível pareça, a ingestão de agrotóxicos também é consideravelmente menor em uma dieta vegana, mesmo que não orgânica, devido à concentração biológica destes químicos nos tecidos dos animais.

•    Diminuir sua pegada ecológica: a produção de alimentos veganos consome muito menos recursos que a produção de qualquer alimento animal. Ao consumirmos vegetais, economizamos combustível fóssil, diminuímos o desmatamento e as queimadas, a degradação do solo devido às monoculturas de grãos e o peso de milhares de bois andando por meses no mesmo local, reduzimos o aquecimento global, o gasto desnecessário de milhões de litros de água e poluição causada pelo gás metano e esterco dos bilhões de animais criados para o abate que vão prejudicar a atmosfera e contaminar rios, lagos e nascentes.

•    Maior eficiência: Registre-se que, após o abate, o animal fornece uma pequena quantidade de alimento proporcional ao que foi utilizado para seu crescimento, gerando um déficit calórico, um gasto muito maior para produzir o alimento do que as fornecidas pelo alimento em si. Sem contar que é muito dispendioso devido ao laborioso processo de produção de carne e laticínios, principalmente se compararmos a simples produção dos alimentos oriundos das plantações de frutas e vegetais, que a natureza faz a maioria do “trabalho” de produção.

•    Alivio mental: por não estar contribuindo para as catástrofes ecológicas citadas no tópico anterior e não pagar pelo assassinato de diversos animais e auxiliar a extinção de diversas espécies a cada refeição que se faz, você vivencia um alívio sem igual.

•    Uma sensação única: de paz, leveza, clareza mental e mais energia. Maior compaixão por si mesmo e as outras formas de vida. Muitos relatam uma elevação espiritual, por não contribuírem com o assassinato e entupir seus corpos de cadáveres repletos de adrenalina. Devido ao medo da morte iminente, os animais ao serem abatidos liberam adrenalina, que permanece em seus tecidos após a morte e, obviamente, ingerimos.

•    Economia financeira: Grãos, legumes, vegetais e frutas são consideravelmente mais baratos, quando comparados aos produtos animais, se tratando de kg por kg. Enquanto o do feijão ou da banana gira em torno de 2 reais, o da carne fica em torno de 10 a 40 reais ou mais, quando se trata de carnes “nobres”. Já que as estatísticas indicam que veganos sofrem menos de diversas doenças crônicas e agudas, você terá menos gastos com sua saúde. Em um estudo conduzido pelo Dr. Ornish, pacientes com doenças coronárias, ao adotarem suas recomendações de uma dieta quase vegana, integral e baixa em gordura, economizaram em média 30 mil dólares ao ano, por terem cortado a necessidade por medicamentos, cirurgias e outros tratamentos caros.

•    Coma mais e menos ao mesmo tempo: Foi demonstrado que a cada aumento em 14 g de fibra, se diminuía em 10% o consumo de calorias totais, enquanto o indivíduo relatava estar saciado. Devido aos alimentos veganos serem os únicos que contém fibra, podemos entender que com uma dieta vegana naturalmente comemos mais, nos sentimos mais saciados e ingerimos na verdade menos calorias. Sem contar que a base de uma dieta vegana saudável, é alimentos ricos em carboidratos, os quais contêm apenas 4 calorias por grama, enquanto a gordura contém 9. Portanto, você pode chegar a comer duas vezes mais alimentos e ainda assim ingere menos calorias, (16)

•    Término da constipação: Como a dieta vegana integral é a mais rica possível em fibras, o funcionamento intestinal é, caso você coma quantidade de comida suficiente a cada refeição, se mantenha hidratado, pratique exercícios frequentes e mantenha seu sistema digestivo saudável, tão perfeito quanto o de uma criança (17).

•    Maior longevidade: Vegetarianos vivem em média 7 e veganos 15 anos a mais, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Loma Linda. Cientistas acreditam que uma das razões é provavelmente a baixa ingestão dos aminoácidos sulfúricos, os quais são abundantes em produtos animais (18). De acordo com uma pesquisa da universidade de Oxford, vegetarianos e ainda mais veganos, tem menor IMC (índice de massa corporal) do que onívoros, o que é ligado na literatura médica científica a uma melhor saúde e longevidade. (19)

•    Maior diversidade: Ao invés de comer apenas, pizzas, hambúrgueres, sanduiches recheados de defuntos e churrasco toda hora, você provará de centenas de frutas e vegetais, dezenas de sementes, nozes, grãos, legumes, raízes e tubérculos, com diferentes texturas, sabores e cores, que ao serem frescos e devidamente preparados, fazem qualquer onívoro pedir por mais.

•    Melhor funcionamento sexual e reduzidos sintomas de menstruação: É consenso científico que o consumo de carne é ligado à impotência e problemas de fertilidade (20). Com um estilo de vida saudável, seus órgãos sexuais receberam mais sangue e oxigênio, o que significa um melhor funcionamento do membro sexual masculino. Eliminação completa de dores, câimbras menstruais, sintomas de TPM, entre outras complicações ligadas ao ciclo menstrual e tidas como “doenças normais” (21).

1. “Dietary Guidelines for Americans 2010” http://www.procon.org/sourcefiles/usda_dietary_guidelines_2010.pdf

2. Whitehead RD, Re D, Xiao D, Ozakinci G, Perrett DI (2012) “You Are What You Eat: Within-Subject Increases in Fruit and Vegetable Consumption Confer Beneficial Skin-Color Changes”. PLoS ONE 7(3): e32988. doi:10.1371/journal.pone.0032988

3. Obesity Research (2001) 9, 24S–33S; doi: 10.1038/oby.2001.116

4. Morris MC, Evans DA, Bienias JL, et al. Dietary fats and the risk of incident Alzheimer’s disease. Arch Neurol. 2003;60:194-200.

5. Kalmijn S, Launer LJ, Ott A, Witteman JC, Hofman A, Breteler MM. Dietary fat intake and the risk of incident dementia in the Rotterdam Study. Ann Neurol. 1997;42:776-782.

6. Giem P, Beeson WL, Fraser GE. The incidence of dementia and intake of animal products: preliminary findings from the Adventist Health Study. Neuroepidemiology. 1993;12:28-36.

7. Appleby PN, Thorogood M, Mann JI, Key TJ. “The Oxford Vegetarian Study: an overview” Am J Clin Nutr. 1999 Sep;70(3 Suppl):525S-531S.

8. Hung CJ et al. Taiwanese vegetarians have higher insulin sensitivity than omnivores. Br J Nutr. 2006 Jan;95(1):129-35.

9. Appleby PN, Thorogood M, Mann JI, Key TJ. “The Oxford Vegetarian Study: an overview” Am J Clin Nutr. 1999 Sep;70(3 Suppl):525S-531S

10. Allen NE. Hormones and diet: low insulin-like growth factor-I but normal bioavailable androgens in vegan men. Br J Cancer. 2000 Jul;83(1):95-7.

11. Fontana L, Klein S, Holloszy JO.” Long-term low-protein, low-calorie diet and endurance exercise modulate metabolic factors associated with cancer risk” Am J Clin Nutr. 2006 Dec;84(6):1456-62.

12. Nutr Cancer 1989;12(3):271-8.

13. A.D. Andrews, Fit Food for Men

14. Esselstyn CB Jr, Ellis SG, Medendorp SV, Crowe TD. A strategy to arrest and reverse coronary artery disease: a 5-year longitudinal study of a single physician’s practice. J Fam Pract. 1995;41:560-568.

15. Lindahl O, Lindwall L, Spangberg A, Stenram A, Ockerman PA. Vegan regimen with reduced medication in the treatment of bronchial asthma. J Asthma. 1985;22:45-55.

16. A alegação pode ser encontrada em: http://www.fda.gov/Food/ResourcesForYou/StudentsTeachers/ScienceandTheFoodSupply/ucm216920.htm

17. Nancy C. Howarth M.Sc, Edward Saltzman M.D., Susan B. Roberts Ph.D. “Dietary Fiber and Weight Regulation” Article first published online: 27 APR 2009, DOI: 10.1111/j.1753-4887.2001.tb07001.x

18. McCarty MF et al., “The low-methionine content of vegan diets may make methionine restriction”, Med
Hypotheses (2008), doi:10.1016/j.mehy.2008.07.044

19. E A Spencer, et al. Diet and body mass index in 38 000 EPIC-Oxford meat-eaters, fish-eaters, vegetarians and vegans; International Journal of Obesity (2003) 27, 728–734. doi:10.1038/sj.ijo.0802300 1Cancer Research UK Epidemiology Unit, University of Oxford, Oxford, UK

20. Feldman HA. Erectile dysfunction and coronary risk factors: prospective results from the Massachusetts male aging study. Prev Med. 2000 Apr;30(4):328-38

21. Barnard ND, Scialli AR, Hurlock D, Bertron P. Diet and sex-hormone binding globulin, dysmenorrhea, and premenstrual symptoms. Obstet Gynecol. 2000;95(2):245-50.

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