A Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec) matou oito porcos porque o motorista do caminhão que o transportava não dispunha de documentos que autorizassem o transporte dos animais.
Os porcos não tinham autorização para transitar pelo Tocantins porque vieram de uma área que não está oficialmente livre da peste suína. Os animais estavam sendo transportados de maneira irregular do Pará, com destino a Goiás.
O caso foi descoberto pelos fiscais da Adapec durante fiscalização de rotina realizada na barreira fixa do município de Talismã. Com o apoio da prefeitura da cidade e da Polícia Militar, os porcos tiveram suas vidas ceifadas. Além deles, animais de outras espécies eram transportados pelo caminhão, mas todos possuíam documentação correta.
Três zonas brasileiras estão livres da peste suína – que não é transmitida ao ser humano -, abrangendo 15 estados e o Distrito Federal. O Tocantins não tem registro da doença, por isso o trânsito de animais sem documentação não é permitido.
A doença, que também acomete javalis, tem como sintomas: febre alta, perda do apetite, diarreias, paralisias, tremores, manchas hemorrágicas pelo corpo e andar cambaleante.
Exploração animal
Tirar a vida de um animal é uma prática cruel, independentemente da razão que a motive. Seja para consumo humano ou para evitar a disseminação de uma doença, é inaceitável que animais de quaisquer espécies sejam mortos.
No caso dos porcos mortos no Tocantins, nem mesmo exames que atestem a presença da doença foram feitos. Se tivessem sido realizados, matá-los para proteger a agropecuária – e, portanto, impedir que pecuaristas tenham problemas com seus animais, apenas para garantir que possam continuar matando-os para consumo – também seria desumano, mas fazer isso sem sequer saber se estão doentes, podendo ter matado animais saudáveis por conta de uma doença que não os acometeu, é ainda pior.
Como disse a escritora Olympia Salete, “a vida é valor absoluto. Não existe vida menor ou maior, inferior ou superior. Engana-se quem mata ou subjuga um animal por julgá-lo um ser inferior. Diante da consciência que abriga a essência da vida, o crime é o mesmo”.