Um caminhão que transportava porcos foi atingido por um trem na madrugada dessa sexta-feira (25/03), na entrada da Estrada do Benjoim, em Cambira (PA). De acordo com as informações do Corpo de Bombeiros, o motorista seguia para o frigorífico da cidade quando foi atingido. Chovia na hora do acidente.

Alguns porcos morreram com o impacto e outros ficaram feridos. Não há informações de quantos animais eram transportados.

De acordo com o site Veganeza, no Brasil são mortos pelo menos 5,33 mil porcos por hora, 128 mil por dia e 3,84 milhões por mês. Mais de 46 milhões de suínos mortos por ano.

O site chegou a esses números com base em cálculos amparados na soma de dados trimestrais da morte de animais disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE).

No Brasil, tanto por fatores culturais de consumo quanto econômicos, a morte de suínos tende a subir nos últimos meses do ano. Em 2019, por exemplo, foram mortos 11,87 milhões de porcos de outubro a dezembro, um acréscimo de 600 mil em comparação aos 11,27 milhões de janeiro até março.

Não há como negar que se trata de um número surpreendente de mortes. Mais de 46 milhões de indivíduos de uma espécie mortos por ano para consumo é algo que faz pensar, considerando que toda essa matança tem como finalidade atender a um anseio não essencial.
Subestimamos a capacidade dos porcos

Ainda que inteligência não deveria servir como baliza na consideração ao direito à vida, mas a básica capacidade de senciência, é válido reconhecer como subestimamos os animais que matamos para consumo.

No caso dos porcos, por exemplo, o estudo “Pigs (Sus scrofa domesticus) categorize pictures of human heads”, publicado pelo Jornal da Sociedade Internacional de Etologia Aplicada, prova que os suínos não são apenas curiosos e têm boa capacidade de aprendizado, mas possuem uma boa memória de longo prazo.

Também conseguem enganar deliberadamente outros porcos e podem antecipar necessidades e intenções. “O experimento mostra que os porcos podem se lembrar de estímulos visuais e responder adequadamente”, informa a pesquisa.

É preciso repensar sobre o sofrimento que causamos a esses animais para saciar o prazer do ser humano, que é indiferente à sua dor. As pessoas podem obter alguns minutos de saciedade, mas para eles é uma vida inteira de exploração e abusos condenados pelo egoísmo humano.