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Porcas gritam de desespero ao testemunharem o sofrimento de filhotes em fazenda

31 de julho de 2017
3 min. de leitura
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As celas de maternidade, que são estreitas para limitar a movimentação, são usadas para impedir que as porcas se aproximem dos leitões depois darem à luz.

Porca mantida em cela de parto
Foto: SAFE

O vídeo foi feito em Waikato, na Nova Zelândia, e divulgado pelos grupos de direitos animais SAFE e Farmwatch, que pressionaram por uma “proibição imediata” de celas de maternidade, de acordo com a NZ Farmer.

As cenas mostram que as porcas mães presas nesses recintos não conseguem se virar e precisam se esforçar até mesmo para se deitar.

“Seu tédio faz com que elas repetidamente mordam as barras e uma porca é vista tentando desesperadamente escapar da jaula”, disse a SAFE em um comunicado.

A investigação foi feita com câmeras portáteis e ocultas e mostrou a fazenda em Maio e Junho deste ano.

Em uma parte do vídeo, um trabalhador é visto espancando repetidamente a cabeça de uma porca com um cano de alimentação. Outra parte do clipe mostra as porcas gritando enquanto seus filhotes são arrancados e jogados brutalmente em cima uns dos outros em caixas.

Uma petição foi divulgada pela SAFE, pressionando o governo da Nova Zelândia a acabar com o confinamento de porcos em pequenas jaulas.

Leitões jogados por funcionários
Foto: SAFE

“O sofrimento dos animais nas fazendas de porcos da Nova Zelândia é tristemente comum”, afirmou a diretora de campanhas SAFE, Mandy Carter, em um comunicado.

“Apesar dos contínuos protestos públicos ao longo dos anos, as porcas ainda são aprisionadas em gaiolas metálicas um pouco maiores do que elas, tendo uma vida de miséria”, acrescentou.

Outras filmagens obtidas pelo SAFE expõem uma visão de 360 graus da cela de maternidade. “A realidade virtual permitirá que o público experimente o que a NZ Pork preferiria que não experimentasse. Agora, com a filmagem de 360 graus, as pessoas podem ver e compreender o desespero e o tédio que esses animais experimentam todos os dias”, ressaltou Carter.

As celas de maternidade violam a Lei de Bem-estar dos Animais porque impedem que as porcas expressem um comportamento mais próximo do seria o normal, informa a reportagem do Daily Mail.

O NAWAC concorda que as celas não atendem aos requisitos da legislação e, ainda assim, como anunciado recentemente, está prestes a introduzir um novo regulamento que exige apenas que elas sejam um pouco maiores do que as porcas dentro delas.

Isso  sujeita as porcas a mesma privação mental e estresse emocional do que os estábulos, que foram proibidos em 2010 após uma petição da SAFE.

Porca tenta cuidar de filhote em cela
Foto: SAFE

Em 2015, o uso das celas foi revisado pelo NAWAC – o comitê governamental de bem-estar animal – a pedido do Ministro das Indústrias Primárias. A revisão incluiu análises sobre pesquisas, práticas, códigos e padrões internacionais e nacionais.

Um estudo realizado pela estudante de doutorado da Universidade Massey, Kirsty Chidget, descobriu que compartimentos de maternidade poderiam substituir as celas.

As porcas teriam mais espaço e poderiam sair quando os leitões tiverem três dias de idade, apontou ela.

No entanto, Chidget argumentou que a pesquisa mostrou que a maior taxa de sobrevivência dos filhotes era quando a mãe era confinada em uma cela, mesmo que tivesse suas necessidades comprometidas.   “É sempre uma troca entre as necessidades da porca e a sobrevivência dos leitões”, concluiu ela.

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