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CALOR EXTREMO

Por que nova onda de calor no Brasil preocupa especialistas: 'Não é normal'

Com novos recordes de temperatura previstos para a próxima semana, Estados brasileiros enfrentam sintomas da crise climática

10 de novembro de 2023
Izabel Gimenez
3 min. de leitura
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Foto: Universidade de Maine/ Reprodução

Com previsão de 45°C para algumas regiões do Brasil, a onda de calor tem causado transtorno em todos os Estados. Segundo a MetSulas temperaturas fogem dos padrões históricos do território nacional, com o mês de outubro mais quente desde desde 1961.

“[O que se vê no mapa] deveria preocupar todos os brasileiros. Não é normal que um mês registre temperatura tão acima do média numa área tão imensa do Brasil. Muito menos normal que o mês termine com temperaturas 2ºC a 6ºC acima da média em quase metade do país”, alerta a publicação.

O cenário preocupa especialistas de todo mundo, uma vez que “temperaturas tão fora da curva histórica por longos períodos têm efeitos nocivos para a saúde humana, flora e fauna, e ainda para a economia, sobretudo a agricultura.”

O mundo está mais quente

O cenário não é exclusivo do Brasil. Uma pesquisa recente realizada pela Climate Central reafirma o alerta para os efeitos da crise climática em níveis globais. Os especialistas acreditam que os últimos 12 meses foram os mais quentes já registados na história, com aquecimento médio global superior a 1,3°C.

“O El Niño está começando a aumentar as temperaturas, mas com base em padrões históricos, a maior parte do efeito será sentida no próximo ano“, sugere o relatório produzido a partir da análise de temperaturas médias diárias e ondas de calor em 175 países.

Os especialistas também utilizaram o Índice de Mudanças Climáticas, que mede a influência da mão humana no aquecimento global.

“Estamos no nível 3 ou superior. Isso indica que as alterações climáticas causadas pelo homem tornam as temperaturas elevadas ao menos três vezes mais prováveis“, afirmam.

Estima-se que, entre novembro de 2022 e outubro de 2023, 90% da população do planeta tenha sido exposta a “temperaturas extremas e perigosas” por, no mínimo, cinco dias consecutivos. 73% enfrentou mais de um mês nesta situação.

A Jamaica foi citado como o país mais prejudicado pelas alterações climáticas. “Em um dia normal, as ondas de calor que atingiram jamaicanos foram quatro mais prováveis de ocorrer devido às alterações climáticas causadas pelo homem”, sugere a pesquisa.

Guatemala e Ruanda também tiveram valores elevados de CSI. Países menos foram os mais expostos, no entanto, EUA, Europa, Índia e China também foram atingidos por ondas de calor intensas.

“É necessária uma rápida redução da poluição por carbono todos os anos para travar a tendência de aquecimento”, conclui o relatório.

Entre os países do G20, o Brasil é o sétimo da lista dos que enfrentaram temperaturas mais intensas nos últimos 12 meses. A cidade brasileira mais afetada pelas ondas de calor foi Manaus, que atualmente enfrenta uma das piores secas já registradas na região.

Fonte: Globo Rural

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