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Por que defender experiências em criminosos é ser contra os Direitos Animais

7 de julho de 2013
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Imagem lamentável de protesto contra vivissecção em São Paulo. Foto: Divulgação
Imagem lamentável de protesto contra vivissecção em São Paulo. Foto: Divulgação

Desde o final de abril, uma polêmica vem agitando os abolicionistas: uma faixa ostentada no protesto antivivissecção do dia 27/04, em São Paulo, exigia que os experimentos científicos cruéis fossem feitos em humanos assassinos e pedófilos. Muitos ficaram indignados, clamando que tal postura não só é equivocada e reacionária como é francamente oposta ao ideal dos Direitos Animais. Com toda razão.

Diversos são os motivos pelos quais a tal faixa mostrou de fato que há pessoas que dizem defender os animais mas, nada entendendo sobre os princípios dessa defesa, estão sabotando a causa e rasgando a bandeira. O primeiro e mais importante deles é que, como libertação animal também é libertação humana, a reivindicação falhou miseravelmente em manifestar algo relativo a libertar animais.

Na prática, seus defensores querem o endurecimento excessivo do Direito Penal como forma não de combater, mas de punir e vingar crimes, algo que, longe de libertar os humanos da violência das cidades e do campo, ainda pode ser o trampolim para demandas ainda mais violentas. Isso, no final das contas, tornará o Estado cada vez mais violento e autoritário, rumo a uma situação de ditadura “justificada” pelos clamores por ordem e vingança. E um Estado fascista, resultante desse agravamento, é a apoteose do aprisionamento do ser humano, do cerceamento de seus direitos e liberdades. É o exato oposto de uma sociedade livre. E uma sociedade fascista irá proibir, entre tudo, justamente a reivindicação de direitos para os demais animais.

Segundo, os Direitos Animais defendem a cultura de paz e o fim da exploração animal, e não o recrudescimento da violência entre seres humanos e a transferência do estatuto de escravos entre animais não humanos e humanos. Terceiro, de acordo com o mesmo princípio da ligação entre libertações animais humana e não humana, a justiça deve visar o fim de uma situação de violência e exploração contra qualquer ser senciente, o que a faixa fascista em questão definitivamente não faz. Ou seja, defende a abolição do estado de coisas que “educa” para o crime novos assassinos e pedófilos, e não a tortura das pessoas que foram “educadas” para a violência contra inocentes.

E terceiro, dizer que pedir por tortura de criminosos é “defender os animais”, é um violento atentado contra a já sensível reputação do abolicionismo animal perante a sociedade. É deturpá-lo, vestir-lhe forçadamente a roupa de ideologia violenta, conservadora e autoritária, mostrar à sociedade que os Direitos Animais pregam aquilo que na verdade nunca defenderam. É assim, fazer com que a abolição da escravidão animal seja cada vez mais adiada, ou mesmo inviabilizada.

Quem discursa contra os Direitos Humanos, mesmo quando se trata de punir criminosos, está discursando contra os próprios animais não humanos, além de inibir a libertação humana. Por isso, desde já devemos deixar mais do que claro que a causa animal não tem lugar para reacionários e defensores da continuação da violência cometida nos laboratórios e biotérios.

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