Um dos principais receios para quem cria animais domésticos como cães e gatos é a fuga. Quando isso acontece, os tutores ficam desesperados e imaginando as piores tragédias com seus animais. Algumas pessoas não perdem tempo e saem à busca de mil maneiras, circulando pela vizinhança, perguntando, colando cartazes de ‘procura-se’ em postes, fazendo faixas e até oferecendo recompensas. Quando o responsável é criança, a coisa é ainda pior, pois mexe com os sentimentos de forma profunda e a criança se desespera e acaba ficando doente.
Por que cães e gatos fogem?
São muitos os motivos. No caso dos cães, os principais são: não se sente muito apegado ao tutor por motivos que vão da indiferença aos maus-tratos por parte deste, criado acorrentado, sente falta de liberdade e principalmente por motivo de procriação no cio. Este último fator é o mais terrível.
Quando o cão foge para acompanhar alguma cadela, ele se esquece totalmente do sentido de orientação e chega a ir muito longe sem se preocupar com o caminho de volta. Não há quem não tenha visto um bando de cães seguindo uma cadela pelas ruas totalmente despreocupados com o caminho que estão seguindo. Quando o cio termina, normalmente estão muito longe de suas casas e sem saber como voltar.
Nos outros casos, em que o cão sai para dar um passeio por falta de liberdade, há inúmeros relatos de que ele volta espontaneamente, variando num período de algumas horas a alguns dias.
No caso dos gatos, o que os faz fugir são dois motivos: a caça e o cio. O gato por natureza é mais caçador e curioso. Assim, gosta de procurar locais como terrenos baldios ou parques para explorar. Depois de matar sua curiosidade, na maioria das vezes volta. O cio também é o grande atrativo para os gatos e chegam a ir longe, contudo esses animais têm um sentido de território melhor que os cães e costumam voltar de grandes distâncias. Também enfrentam menos perigos, pois, ao contrário dos cães que andam pelas ruas, os gatos fazem trajetos incríveis, sempre evitando as ruas, isto é, por cima dos telhados e muros.
Onde procurar animais que fogem?
Levados pelo instinto, os animais tentam fugir das ruas barulhentas e procuram ruas calmas e sem movimento, terrenos baldios, parques ou pequenos matagais, quando existem nas proximidades. Portanto, estes são os melhores locais para procurá-los. Quando se trata do cio, no caso dos cães, eles não ligam muito para os ruídos ou perigos e permanecem em ruas movimentadas aos bandos sem dar a menor atenção ao que se passa ao redor. Os gatos são mais reservados, normalmente procuram lugares sossegados ou os telhados.
O que fazer para evitar fugas?
O primeiro passo tanto para cães quanto para gatos é a castração. Evita o mais drástico motivo de fuga que é o cio. Restam então alguns outros passos: para os cães, quando soltos no quintal, manter o portão bem fechado e evitar brechas ou buracos nos muros. Quando acorrentados, manter uma guia por onde a corrente possa deslizar e permitir o cão ter mais liberdade. Bons tratos é também muito importante para que o cão tenha vínculo com a família. Levá-los a passear de vez em quando. É bom que o cão conheça todas as redondezas, pois inclusive se um dia fugir, depois de matar a curiosidade, logo ele encontra o caminho de volta. O ideal é sair com o cão muitas vezes deixando-o acostumar-se com a rua, com o quarteirão e com o bairro, assim saberá voltar.
No caso dos gatos, como não é possível levá-los a passear nem necessário, pois o trajeto de seus passeios não é feito pelas ruas, o melhor depois da castração é dar-lhes uma boa vida sempre com um local aconchegante, boa comida e água fresca. Os gatos sempre marcam muito o local onde são criados, assim, por mais longo que seja o passeio, sempre voltam.
Quando um gato desaparece por algumas horas ou mesmo todo o dia não há com que preocupar-se, logo ele estará de volta. Pode acontecer também do gato em suas andanças entrar em alguma casa ou comercio e quanto resolver sair encontrar as portas fechadas deixando o bichano trancado por um dia, uma noite e às vezes até dias.
Cães fujões viram cães de rua
Boa parcela dos cães de rua surge entre os que fogem de casa e não conseguem encontrar o caminho de volta ou mesmo não se interessam mais em voltar. O cão depois de algum tempo perdido, aos poucos vai se adaptando ao novo meio. Quando fica faminto, logo percebe através do faro que não é tão difícil encontrar alimentos. Rasgando alguns sacos de lixo logo encontra o que procura. Para sorte dos cães, o lixo do Brasil é um dos mais ricos do mundo. As pessoas desperdiçam muitos alimentos. Com o tempo o cão também descobre os melhores locais para dormir, aprende a atravessar as ruas, usar a faixa de pedestres e habitua-se ao convívio com outros cães na mesma situação. Há até cães de rua em boas condições que aparentam não desejar outra vida.
Cães comunitários
Entre os que fazem das ruas sua morada há uma classe bastante privilegiada, são os comunitários. Cães que de alguma forma conquistam pessoas de uma determinada rua ou quarteirão que os passam a cuidar e alimentar sem, entretanto adotá-los definitivamente. Esses têm tudo de que precisam, além da grande liberdade, alimentos e mimos de muitas pessoas.
(Com informações do Jornal Defesa dos Animais)