Quando o tema é a degradação do meio ambiente, muitas campanhas que buscam promover a sustentabilidade reforçam a importância de não gastar água à toa, fazer separação do lixo, dentre outros hábitos individuais.
No entanto, a produção de poluição advinda das residências é muito menor do que o impacto da indústria. Apenas para manter as empresas funcionando, principalmente aquelas ligadas ao agronegócio, diversos danos ao meio ambiente são causados.
Um desses danos é o desmatamento exacerbado dos biomas. Em 2022, o Brasil bateu recorde quando se trata do assunto, e devastou grande parte da floresta amazônica para criar locais de pastoreio de gado, por exemplo.
Quando à indústria da carne, a produção de 1 quilo de carne bovina é responsável por soltar 2kg de gás metano (CH4) na atmosfera e 50kg de dióxido de carbono (CO2). Para efeitos de comparação, um carro comum emite cerca de 10kg a 15kg de CO2 a cada 100km rodados.
O impacto ambiental da indústria da carne é tão grande que a Organização das Nações Unidas (ONU) a considerou como o grande obstáculo no combate ao aquecimento global, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que aconteceu em novembro de 2021.
Os dados do relatório realizado pela instituição apontavam que a carne é o alimento que mais libera gases do efeito estufa e que mais contribui para o desmatamento da Amazônia e do Cerrado.
A Organização Não-Governamental WWF China criou o “Plano de Promoção para Cadeia de Fornecimento de Carne Sustentável”, com o apoio da WWF Brasil, que busca promover conscientização entre os produtores e cobrar por sustentabilidade e responsabilidade social ao criar gado.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e o segundo maior produtor. A fiscalização e a criação de políticas públicas, bem como estudos que contribuam para que o processo de produção da carne vermelha se torne cada vez menos prejudicial ao meio ambiente é imprescindível.
O movimento vegetariano e vegano, para além de ser contra a crueldade animal, também possui um viés político e defende a sustentabilidade. Se a sociedade apenas diminuísse o hábito de ingerir carne, em larga escala, as emissões de gases e o desmatamento cairiam consideravelmente.
Por isso, o vegetarianismo e o veganismo estão muito além de uma dieta – tratam-se de uma decisão política e social, que busca aumentar o bem-estar e a qualidade de vida através da sustentabilidade. E sem crueldade.
Fonte: Revista Fórum