O calor extremo é a maior ameaça climática para as aves. Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, apontam que o fenômeno causou, entre 1950 e 2020, a diminuição das populações dessa espécie em até 38%.
Além disso, uma pesquisa publicada na revista Nature Ecology and Evolution mostra que o aquecimento global reduziu em até um terço as populações de aves em regiões tropicais, inclusive no Brasil. Há 70 anos, a fauna das regiões tropicais enfrentava, em média, três dias de calor extremo por ano, enquanto, atualmente, o número é de cerca de 30 dias, segundo o estudo.
As aves são sensíveis, não respondem bem ao estresse térmico e tendem a desidratar facilmente. Com a redução da oferta de água em diversas áreas do mundo, a espécie enfrenta dificuldade para se reproduzir.
“Se não há reprodução, não tem novos dependentes. O que acaba diminuindo a população. Nós, seres humanos, temos uma capacidade de adaptação muito maior. As aves estão falando para a gente que a qualidade do ambiente está cada vez pior, porque elas são indicadoras do meio ambiente”, aponta Pedro Develey, biólogo e diretor da Save Brasil, em entrevista ao Repórter Eco.
Os cientistas ainda alertam que não se trata de uma redução temporária das populações de aves, mas sim um efeito cumulativo conforme o planeta aquece.
Fonte: TV Cultura