Um estudo realizado em Sumatra revelou que a subespécie nativa da ilha está presente em 97% da área de habitat favorável, o que significa que pode ser maior do que se pensava, podendo mesmo constituir a 2ª maior população de tigre, depois da que habita a Índia.
Foi recentemente publicado um número especial da revista Integrative Zoology dedicado à conservação do tigre, Panthera tigris, e às metodologias de estudo da espécie.
Recorde-se que este ano, que coincide com o Ano do Tigre, tem-se assistido a uma mobilização em prol da conservação da espécie. Com efeito, no início do ano foi lançada uma campanha internacional que pretende duplicar a população de tigres até à próxima comemoração do Ano do tigre em 2022.
Para o sucesso desta “missão” é imperiosa a colaboração entre todos os países onde a espécie ainda está presente. Neste sentido, foi assinado há poucas semanas um acordo histórico em que as 13 nações que ainda albergam tigre, se comprometeram a financiar um plano de conservação da espécie delineado com o auxílio do Banco Mundial e com associações conservacionistas como o WWF.
Agora, surgem novos motivos de esperança relativamente à recuperação do tigre, com a publicação de um artigo científico que revela que a população de tigre de Sumatra pode afinal, ser maior do que se pensava.
Com efeito, investigadores da Wildlife Conservation Society e do Forum HarimauKita, realizaram inquéritos na ilha de Sumatra tendo concluído que a subespécie de tigre que a habita ocorre em 97% do habitat favorável.
Isto significa que esta população pode ser consideravelmente mais numerosa do que se pensava, colocando-se a hipótese de ser a segunda maior população de tigre do mundo, apenas superada pela população da Índia.
Segundo Hariyo Wibisono, co-autor do estudo “É necessária uma avaliação científica da população mas, se for tão grande quanto esta nova análise revela, então são essenciais acções reais e é necessário reunir um maior apoio à conservação do tigre de Sumatra, mobilizando os especialistas em tigres e a comunidade internacional”.
Com efeito, apesar de a área ocupada pela subespécie nativa da ilha ser vasta, apenas cerca de 29% se encontra protegida.
O tigre é considerado uma espécie “em perigo” na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da UICN. Nos últimos 70 anos extinguiram-se 3 das 9 subespécies de tigre, e desde 1998 a população global sofreu um declínio de 50%.
Atualmente, persistem no meio selvagem 3200-3600 indivíduos cuja sobrevivência se encontra ameaçada pela destruição e fragmentação de habitat resultantes da expansão das áreas humanizadas, e a caça para obtenção de partes corporais que são utilizadas na medicina tradicional chinesa.
Fonte: Naturlink