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ISRAEL

População de gatos em situação de rua cresce e atinge marca de um milhão

5 de fevereiro de 2022
Vanessa Santos | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Wayne Low | Unsplash

As colônias de gatos em situação de rua de Israel somadas chegaram à marca de um milhão de animais. Esses gatos vivem à mercê da própria sorte e são negligenciados pelos governos locais que não realizam nenhuma medida de prevenção ao abandono, destinação dos animais ou campanhas de castração para controle populacional. As autoridades do país declararam na última semana que a situação chegou a um nível que pode representar uma ameaça à saúde pública dos israelenses.

Um estudo feito pela Divisão de Bem-estar Animal do Ministério da Agricultura, concluiu que cerca de 75% a 90% dos gatos que vivem em situação de rua morrem durante o primeiro ano de desamparo, sendo que, a expectativa de vida média de um gato adulto nessa situação é de menos de cinco anos. Gatos domésticos que têm tutores podem viver até 15 anos de idade.

Na pesquisa realizada pelo ministério, foi constatado que um terço dos gatos abandonados morrem em decorrência de ferimentos causados por atropelamentos, além de ataques de outros animais, seguido pela morte provocada por doenças transmissíveis. O crescente número de gatos vivendo nessa situação de completa alienação por parte dos governos locais, pode também provocar desequilíbrios ecológicos, já que os animais acabam matando outros animais menores para se alimentar, além de serem vetores de doenças que podem ser transmitidas para outras espécies.

Foto: Ilustração | PXHere

Um dos agravantes da situação é a aversão de parte da população para com esses animais, que além de passarem pelas dificuldades de viverem em situação de rua, também sofrem com o descaso, desprezo e maus-tratos de pessoas que querem exterminar as colônias, alegando que os gatos criam incômodos.

Liran Plitman, consultora de políticas de bem-estar animal do Ministério da Agricultura de Israel, conta que também existem muitas pessoas que se preocupam com os gatos e alimentam os animais famintos. “Muitos israelenses oferecem comida para os animais e há um amplo consenso de que isso é uma coisa boa”, explana Liran. “Mas, agora, precisamos encontrar uma solução mais efetiva, como alimentação arranjada. Na Itália, por exemplo, já existem alimentadores de gatos que atuam em cooperação com as autoridades. Já, na China, foi criado uma instalação de alimentação onde apenas gatos em situação de rua podem entrar”, aponta a consultora.

O Ministério da Agricultura realizou um senso no ano passado, para saber o posicionamento da população acerca do assunto. Através de uma reunião virtual, o assunto foi debatido em conjunto com representantes da divisão de bem-estar animal. “A participação pública é definitivamente bem-vinda, mas este caso é uma forma particularmente criativa para o ministério não cumprir sua tarefa principal de castrar os gatos comunitários”, disse Yael Arkin, chefe da instituição de caridade Let the Animals Live.

Para Arkin, o governo tem orçamento, mas não tem mão de obra para castrar os gatos. “Este é um problema que o ministério pode solucionar sem a população”, finaliza Arkin.

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