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População de baleias jubarte cresce no litoral do país

26 de dezembro de 2011
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As baleias jubarte migram para Abrolhos, na costa baiana, para se reproduzir (Foto: Fernando Vivas / AG. A TARDE)

Entre janeiro e fevereiro, o Instituto Baleia Jubarte (IBJ) conclui o censo aéreo que mapeia as espécies de baleias que chegam ao Brasil. Mas, antes mesmo do final dos trabalhos, ambientalistas e pesquisadores já podem comemorar. Após 25 anos de proibição da pesca de cetáceos no país, por meio da Lei 7.643/87, a população desses animais que vêm à costa brasileira para se reproduzir registrou aumento. Os dados, embora preliminares, indicam que a quantidade saltou de 9,5 mil (censo/2008) para entre 12 mil e 14 mil este ano. Desde 2001 que o IBJ monitora as jubartes na costa brasileira.
Este ano, além do aumento das espécies, o IBJ tem outro motivo de comemoração: em 2011, houve uma redução no número de baleias encalhadas. Em 2010, foram 96; este ano, entre os meses de outubro e novembro, foram 32.
Um dos motivos apontados para o encalhe em 2010 é que teria faltado alimentação durante a viagem  que elas fazem, todos os anos, em junho, saindo das águas geladas do Hemisfério Sul em busca das águas quentes da costa brasileira para acasalar ou ter os filhotes. Segundo o pesquisador Leonardo Wedekin, do IBJ, muitas baleias já chegaram desnutridas às praias.
O censo –  A área sobrevoada durante o censo aéreo, ocorrido entre 26 de agosto e 13 de setembro, foi do litoral de Aracaju (SE) ao Rio de Janeiro (RJ), parando em Salvador, Ilhéus, Porto Seguro e Teixeira de Freitas (BA), Vitória (ES) e Campos dos Goytacazes (RJ).
Durante o sobrevoo, feito por uma equipe de cinco pesquisadores do IBJ e dois pilotos, em um avião bimotor, percebeu-se “manchas” de baleias em Aracaju, Ilhéus e Itacaré, um indício de que a população de baleias cresceu e se espalhou.
Segundo informa o IBJ, o censo representa um dos maiores levantamentos aéreos de cetáceos realizados no mundo e o segundo (o primeiro em 2005) abrangendo uma área tão extensa, realizado pelo instituto.
“Com o aumento da área percorrida, quase toda a extensão de ocorrência sistemática da espécie no Brasil, teremos um grande mapa da espécie, ferramenta única para  estabelecer  ações de conservação”, afirma a presidente do IBJ, Márcia Engel.
Um dos objetivos do levantamento é avaliar se o contingente de jubartes brasileiras – sete populações só no Hemisfério Sul – se recuperou após o período de caça, que reduziu um total de mais de 300 mil baleias a menos de 5%.
Segundo Márcia, com o censo será possível avaliar ainda de que forma e em que ritmo as jubartes estão repovoando as águas brasileiras, qual o número de animais, quais os locais de concentração de fêmeas com filhotes e onde os esforços de conservação devem ser intensificados.
As baleias jubartes podem ser vistas praticamente em todo litoral, sobretudo na área entre Rio de Janeiro e o Rio Grande do Norte. O local de maior concentração é no Banco de Abrolhos, arquipélago de cinco ilhas no extremo sul da Bahia.
Condicionante – Um dos motivos do censo foi para atender a condicionante de operação do porto da Veracel Celulose S.A, empresa com sede em Eunápolis. Todos os dias, uma barcaça sai de Belmonte (BA) para Barra do Riacho (ES), passando onde as baleias se reproduzem. Do total de jubartes que visitam a costa brasileira, 80% se deslocam para Abrolhos. “Mas a rota das barcaças hoje – entre a costa e o arquipélago – é considerada a de mais baixo risco para elas”, diz a presidente do IBJ.
Fonte: A Tarde

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