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Poluição quase elimina fauna e flora das margens do rio Tietê

25 de maio de 2009
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A garça é uma das poucas espécies que conseguem sobreviver às margens do rio. No cardápio, uma variação forçada: ratos e sapos, no lugar de peixes, que desapareceram dessas águas sem vida.

Hoje a saúde dos rios está comprometida e a poluição afeta todas as espécies. No trecho mais sujo do Tietê, as garças tiveram que mudar a dieta para sobreviver. O sobrevoo majestoso contrasta com a aridez do cenário. Emparedado por avenidas e edificações, o Tietê é morada de uma natureza teimosa.

A garça é uma das poucas espécies que conseguem sobreviver às margens do rio. No cardápio, uma variação forçada: ratos e sapos, no lugar de peixes, que desapareceram dessas águas sem vida. A flor insiste em destoar da paisagem. O pequeno pássaro vasculha o lixo no meio do rio. E o maior roedor de todos, a capivara, também resiste.

As capivaras vivem em grupo. Bem perto da garagem da penha, no rio Tietê, a gente encontrou uma família inteira, já acostumada a este cenário hostil. São cerca de 20 adultos e filhotes que ocupam um pequeno trecho onde ainda resta alguma vegetação, mas cada vez que deixam o rio, trazem um pouco da sujeira.

“Muitas delas morrem por causa da alta quantidade de produtos químicos que você encontra na água, mas o que você pode ver é que realmente elas resistem a toda essa poluição”, diz Laura Ippólito, bióloga.

Essas margens já tiveram outros contornos e uma população bem mais diversificada. O que sobrou dessa fauna ganha refúgio no parque ecológico do Tietê -uma área equivalente a 120 parques do Ibirapuera, que ficam sob olhos atentos de Liliane. “São lugares onde esses animais encontram alimentos em maior abundância, encontram abrigo e local para se reproduzir”, diz Liliane Milanelo, veterinária.

Lá, vivem jacarés-do-papo-amarelo, macacos-prego, quatis, veados. São quase 200 espécies. As capivaras não precisam conviver com o lixo e as garças puderam voltar à dieta de sempre.

Animais e visitantes circulam pelas mesmas trilhas. Um lugar seguro, onde ninguém ameaça ninguém. “Por aqui quando você anda já dá para perceber que não tem uma sujeirinha”, diz menino. “A gente tem mais consciência: não jogar lixo em tudo quanto é canto – o lixo deve ficar nas latinhas de lixo -; não jogar lixo na rua, nos rios”, diz garoto.

Fonte: SPTV 2ª Edição

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