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Poluição luminosa afeta vida de pássaros e animais selvagens

27 de dezembro de 2015
4 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Tony Hakim
Foto: Tony Hakim

Animais tornam as nossas vidas muito ricas, mas nem sempre é fácil convivermos com eles. Parece que, apesar de nossas melhores intenções, inevitalmente as nossas ações causam-lhes danos, e precisamos ter sensibilidade para saber o que devemos fazer quanto ao futuro do planeta e tentarmos fazer as pazes.

É comum ocorrer das nossas atividades impactarem no comportamento natural dos animais; algumas vezes de maneira benéfica, como quando ensinamos os pássaros a fazerem uso de alimentadores em nosso jardim, por exemplo, mas frequentemente podem ser prejudiciais, e é importante reconhecermos quando devemos fazer mudanças. Um dos principais exemplos dos danos que provocamos à vida selvagem está na poluição luminosa. As informações são do One Green Planet.

Tudo em nome do nosso estilo de vida
As sociedades vivem hoje um estilo de vida agitado, e como resultado, não é incomum algumas das maiores cidades terem ruas iluminadas dia e noite. Sinais luminosos de neon atraem consumidores, e ficam acesos mesmo se no meio da noite não há muitas pessoas circulando; luzes de vitrines de lojas são deixadas ligadas por toda a noite para que os transeuntes noturnos possam ver o que está à venda no dia seguinte. A consequência óbvia de tudo isso é um grande desperdício de energia elétrica, mas esse não é um problema que as pessoas costumam considerar. Porém há um dano maior resultante desse hábito: as luzes alteram o relógio biológico dos pássaros e de outros animais, como se a noite se tornasse dia artificialmente.

Diante desse descompasso, os pássaros param de nidificar e começam a procurar alimento, ou passam a cantar durante a noite. Muitas vezes, param até mesmo de acasalar. Animais de hábitos noturnos ficam dormindo por toda a noite, incapazes de voar ou se alimentar perante as fortes luzes, e se assustam com o confuso canto de seus parentes do dia.

No período diurno, os pássaros estão tão exaustos de defenderem o seu território à noite, pelo canto, que eles perdem a energia necessária para procurar comida, para o acasalamento ou para defender seus ninhos novamente, o que traz sérios problemas à sua sobrevivência. Uma experiência mostrou que pássaros machos não desenvolvem órgãos reprodutores quando ficam expostos a luzes noturnas durante dois anos.

Outros animais também são afetados pela poluição das luzes – sapos param de acasalar; salmões são encontrados nadando muito longe no mar, prejudicando a sua taxa de sobrevivência, e borboletas monarca ficam desorientadas e têm seus padrões de migração interrompidos.

Diminuindo o impacto
Todos nós podemos ajudar a nossa vida selvagem, apelando às autoridades para que considerem os efeitos da poluição luminosa e deixem de usar e permitir a iluminação constante de ruas, sinais e estabelecimentos comerciais.

Nos casos em que não pudermos evitar que as luzes fiquem ligadas, podemos proteger os animais instalando objetos que façam sombra, de modo a interromper o fluxo de luz conforme o caso.

Nós podemos educar a nós mesmos e ao próximo sobre os impactos negativos que as luzes têm sobre os animais, e instruirmos para que se apaguem as luzes quando elas não são essenciais, bem como remover lâmpadas noturnas que temos em nossos jardins para decoração e sensores de movimento que usamos para segurança. Instalar refletores ao invés de lâmpadas ao longo de nossos caminhos pode permitir maior visibilidade sem os danos da poluição luminosa.

Esses são apenas alguns exemplos de como nossas atividades diárias impactam a vida dos animais, mas cada um deles tem profundas consequências aos que dividem o planeta conosco. Entendendo como nossas ações afetam as populações animais, podemos começar a construir relações mais harmoniosas com eles, pelo benefício de todos.

Nota da Redação: A reportagem não cita outra imensa agressão que o ser humano causa aos animais com as luzes artificiais, que é a criação de galinhas em avícolas, em ambientes que ficam com as luzes acesas o tempo todo exatamente para que não durmam e não descansem. O estresse incalculável provocado por essa arbitrariedade traz consequências à vida dos animais – que não dormem – a ao homem que consome a sua carne impregnada da substância nociva do desgaste físico e emocional.

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