A contaminação por partículas finas causou 238 mil mortes prematuras na União Europeia (UE) em 2020, com um leve aumento em relação a 2019 devido à pandemia, que serviu como agravante de algumas doenças, mas também limitou a poluição ambiental, diz um relatório.
Segundo o documento publicado pela Agência Europeia de Meio Ambiente (AEMA) nesta quinta-feira (24, noite de quarta, 23, em Brasília), em 2019, as partículas finas, que são aquelas que penetram mais profundamente nos pulmões, haviam causado a morte prematura de cerca de 231.000 pessoas.
“Em comparação com 2019, o número de mortes prematuras em 2020 atribuíveis à contaminação atmosférica aumentou para as [partículas finas] PM 2,5, mas diminuiu para o [dióxido de nitrogênio] NO2 e o [ozônio] O3”, acrescenta o texto.
A covid-19 afetou mais as pessoas com comorbilidade relacionadas com a poluição do ar (câncer, doenças respiratórias, diabetes tipo 2, etc.).
No que diz respeito às partículas de ozônio (O3) e, em especial, às geradas por trânsito rodoviário e atividades industriais, a tendência em 2020 foi de redução, por causa das medidas de confinamento.
As mortes prematuras por essas causas totalizaram 24.000, uma diminuição de 3% em relação a 2019.
Para o dióxido de nitrogênio (NO2), gás produzido principalmente por veículos e usinas termoelétricas, foram registradas mais de 49.000 mortes prematuras, uma redução de 22% que também se explica, em parte, pela redução do trânsito de veículos durante a pandemia de covid-19.
A AEMA, sediada em Copenhague, na Dinamarca, estima que a UE segue no bom caminho para alcançar seu objetivo de reduzir em 55% as mortes prematuras relacionadas com a contaminação por partículas finas em 2030, em comparação com 2005.
O número de mortes prematuras nos 27 países do bloco diminuiu 45% nos últimos 15 anos.
No início da década de 1990, as partículas finas causaram quase um milhão de mortes prematuras nos países que atualmente integram a UE. Em 2005, 431.000 pessoas morreram por este motivo.
A poluição do ar continua sendo a maior ameaça ambiental para a saúde dos europeus.
Fonte: Uol