O político holandês Hasan Küçük, representante da comunidade muçulmana de Haia, nos Países Baixos, defendeu a proibição de cães na cidade, a terceira maior do país, porque, pela tradição islâmica, esses animais são “impuros”.
Küçük falou sobre a criminalização dos tutores de cães para rebater a proposta do Partido para os Animais de tornar a cidade mais amigável para os cães, informou a edição do último dia 28 do The Telegraaf.
A reação ao muçulmano tem sido de repúdio e gozação. Paul Linden, do Partido da Liberdade, por exemplo, levou Küçük a sério. Ele disse que ter cães não é ilegal no país e “quem não concorda com isso deve ir embora”.
Comentaristas políticos acreditam que Küçük fez as declarações apenas para firmar a sua liderança na comunidade islâmica, que representa 12% da população de cerca de 500.000 pessoas de Haia.
Küçük é do ID (Democratas Islâmicos). Em seu site, o partido diz ter sido fundado “sobre os princípios islâmicos da justiça, igualdade e solidariedade”. “O ID é uma resposta ao grande fosso que existe entre as comunidades islâmicas e os políticos.”
Küçük não esperava que a sua declaração fosse ter tanta repercussão e, provavelmente por causa disso, tentou recuar. Disse que as suas palavras foram interpretadas “fora do seu contexto”. Alegou que defendeu a proibição dos cães na cidade para poupá-los do sofrimento de ficarem presos dentro dos apartamentos.
A justificativa de Küçük foi ironizada em sites holandeses com o argumento de que é estranho um muçulmano defender um “animal impuro” da prisão domiciliar e o mesmo não ocorra em relação às mulheres dos seguidores do Islã — elas pouco saem de casa.
Soeren Kem, do Stonegate Institute, uma entidade apartidária que faz pesquisas sobre os direitos humanos no mundo, escreveu que tem havido em países europeus casos como o protagonizado por Küçük, envolvendo cães, que advêm do aumento da imigração de muçulmanos na região.
Ele informou que na Grã-Bretanha motoristas muçulmanos de táxi se recusam a transportar cegos acompanhados de cão guia. Em Nottingham, um deles chegou a ser multado em US$ 470 (R$ 802). Em Londres, um motorista de ônibus impediu que uma mulher embarcasse com seu cachorro porque uma passageira muçulmana poderia se sentir ofendida.
Também na Grã-Bretanha, policiais que conduzem cães farejadores são orientados a não colocarem os animais em contato direto com muçulmanos, restringindo a vistoria nos aeroportos e estações ferroviárias somente às bagagens deles.
Quando investigam mesquitas e casas de muçulmanos, esses policiais têm de cobrir as patas dos cães com chinelos para manter a “pureza” do ambiente.
Na Escócia, a polícia da cidade de Tayside teve de pedir desculpas à comunidade de 3.000 muçulmanos por ter usada a foto de um filhote de pastor alemão em uma campanha de divulgação do novo número de telefone para casos de emergência.
Na cidade espanhola de Lérida (região da Catalunha), onde os muçulmanos representam 20% da população, líderes islâmicos reivindicaram a restrição do uso do espaço público por cães. Eles estavam querendo banir os “animais impuros” dos locais frequentados por muçulmanos, incluindo o transporte público.
Depois que as autoridades negaram o pedido, em setembro de 2011, dezenas de cães foram mortos por envenenamento nos bairros onde se concentram os muçulmanos.
Com informações do site do Stonegate Institute.
Fonte: Paulopes
Nota da Redação: Impuro é o ser que desrespeita a vida, que invade e toma o direito à vida e à liberdade do outro, o que domina, humilha e tortura outros seres. Impuro é quem maltrata em vez de cuidar, quem oprime em vez de educar. Infelizmente a humanidade tem vivenciado o avesso das virtudes que poderia desenvolver, e isso tem levado o planeta, e toda vida que ele contém, a um colapso próximo. Neste passo, chegaremos, em breve, a um ponto tal de exploração e ganância que não haverá mais o que tomar, o que matar, abandonar ou o que destruir. A medida acima proposta é absurda e cruel. Os animais são seres a serem cuidados, acolhidos e respeitados em suas necessidades e particularidades. O que deve ser expulso de uma comunidade são as crenças retrógradas, especistas e violentas – que só provocam sofrimento, exclusão e sujam ainda mais o histórico sórdido de atrocidades humanas.