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ESTUDO

Política sexual da carne: homens comem mais proteínas de origem animal do que mulheres

24 de junho de 2024
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Um estudo recente conduzido pela Universidade de Zurique revelou que, em todas as culturas, os homens tendem a consumir mais carne do que as mulheres. Surpreendentemente, essa diferença de gênero no consumo de carne é ainda mais acentuada nos países mais ricos e com maior igualdade de gênero.

O estudo, que analisou dados de 23 países distribuídos por quatro continentes, identificou a Alemanha, Argentina, Polônia e Reino Unido como os países com maior disparidade de gênero no consumo de carne. A pesquisa aponta que essa diferença não se deve ao fato de as mulheres comerem menos carne, mas sim porque os homens comem mais.

Segundo os pesquisadores, essa tendência pode ser explicada pela maior disponibilidade financeira dos homens nos países mais ricos.

Em países mais prósperos, o consumo de carne tende a ser mais elevado devido ao seu custo. O aumento da renda em países em desenvolvimento também tem levado a um crescimento no consumo de carne. Contudo, os autores do estudo argumentam que, com a crescente igualdade de gênero, seria intuitivo esperar uma redução nas diferenças de comportamento e atitudes entre homens e mulheres. Entretanto, a realidade observada foi o oposto.

Apenas China, Índia e Indonésia não apresentaram diferenças significativas de gênero no consumo de carne, sugerindo que fatores culturais e contextuais desempenham um papel importante. Pesquisas anteriores indicam que em sociedades que minimizam os papéis de gênero, os traços de personalidade masculinos e femininos tornam-se mais destacados.

Nos países ocidentais, comer carne é frequentemente associado à masculinidade, uma ideia reforçada pelo marketing e pela cultura popular. No entanto, o estudo também sugere que os homens, quando têm a oportunidade, tendem a consumir mais carne.

Para mitigar o impacto ambiental do alto consumo de carne, o estudo sugere estratégias adaptadas aos diferentes contextos culturais. Em países como o Reino Unido, onde há maior igualdade de gênero e elevado consumo de carne, intervenções focadas na demanda, como campanhas de marketing e estratégias direcionadas ao consumidor, podem ser mais eficazes.

A pesquisa destaca a importância de considerar as nuances culturais e contextuais ao desenvolver políticas e campanhas para a redução do consumo de carne, visando um impacto ambiental positivo e a promoção de hábitos alimentares mais sustentáveis.

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