Por Danielle Bohnen (da Redação)
Eles não imaginaram que um vídeo gravado por um telefone celular significaria um escândalo na Colômbia e o fim de sua carreira militar.
Segundo informações do jornal El Mundo, três policiais uniformizados da polícia filmaram como torturaram e mataram uma cadela com suas próprias mãos. O animail, indefeso e que nem sequer luta contra a crueldade de seus agressores, é submetido a todo tipo de tortura e enterrado com agonia entre chacotas e risadas dos patrulheiros, que vestem uniformes oficiais e jalecos de uma das instituições de segurança mais importantes da Colômbia.
Na primeira cena, aparecem os homens conduzindo o animail até um buraco, onde a cadela tenta proteger-se das mãos dos desalmados que depois amarram sua cabeça com um laço e pressionam forte na tentativa de cortar sua respiração.
Todos riem. Lançam palavras horríveis e opinam sobre a melhor forma de assassinar o animal. A cadela não emite som algum, de acordo com as imagens. Parece resignada, porque não resiste às agressões.
Um dos homens, ao que parece quem grava o vídeo, pede a outro policial de sobrenome Valdez que dê uma paulada na cadela. O homem pensa por um tempo e finalmente golpeia a cabeça do animal com um pau. Pode-se ouvir uma risada de burla. Desfrutam golpear o animal, que parece morrer com seu rosto ensanguentado.
Por fim, em meio ao cinismo, propõem lançar o cadáver ao rio para evitar suspeitas. “Rapazes, que Deus me perdoe…”, pode-se escutar no fim do vídeo. As imagens, publicadas pela Fundação La Huelle Roja, protetora dos animais, gerou indignação em todo o país.
O general Oscar Naranjo, diretor nacional de Polícia, disse à imprensa que desde a noite de domingo, quando assitiu à gravação pela primeira vez através da rede social Facebook, colocou-se à frente das investigações para apontar os responsáveis.
“Ao observar os meus homens assassinando o animal, gerou-se em mim um sentimento de repugnância e repulsa. Gostaria de nunca ter conhecido tamanha crueldade, porque contradiz a filosofia, espírito e lei de respeito à vida que têm os homens de minha instituição”.
Para a tranquilidade das sociedades protetoras dos animais na Colômbia, a própria população mostra-se indignada com as imagens e lança seu protesto fazendo rodar o vídeo por correios eletrônicos e redes sociais para que todos tenham conhecimento do que aconteceu.
Oscar Naranjo prometeu reunir-se com os protetores dos animais na próxima segunda-feira, “porque assumi pessoalmente a investigação para reconhecer a identidade dos responsáveis, que nos envergonham”.
De acordo com investigação realizada por unidades de inteligência e especialistas em informática da polícia colombiana, a tortura do animal aconteceu no ano 2009 e, ao que parece, em Puerto Tejada, Cauca. Mesmo assim, apesar do tempo passado, os patrulheiros serão retirados do cargo “porque não deveriam ser policiais”, assegurou Naranjo.
No Youtube, onde foram publicadas as imagens, alguns comentários resumem o sentimento dos colombianos diante dos fatos. “Brutos, deveriam ser escravos para que sejam tratados assim”, disse uma das pessoas. “São uns desgraçados, que a Justiça caia sobre eles com todo o rigor, se é que existe. Estamos vendo decomposição social que há em nosso país”. Outros manifestam “que, com esse acontecimento, não demora para a comunidade taurina, que isso é outra cultura”.
A Sociedade Protetora de Animais da Colômbia se declara furiosa com o fato e pede punho firme contra os policiais que cometeram essa barbárie. Nos próximos dias, as identidades e os rostos dos homens que estão por trás dessa crueldade serão revelados.
O vídeo a seguir mostra as imagens de terror, pânico e sofrimento vividos pela cadelinha enquanto estava sendo vítima do sadismo cruel e doentio dos policiais (aviso: o vídeo contém cenas fortes de violência).