Imagine-se trancado dentro de um veículo, sem água ou comida, já com falta de ar e com muito calor, sem saber quando sairá dessa situação. Desesperador, não? Então por que deixar seu amigo nessa circunstância?
Infelizmente, muitos tutores de animais não têm essa consciência e fazem isso com seus animais domésticos. Foi o que aconteceu em Clearwater, na Flórida, Estados Unidos: um vizinho denunciou à policia que ouvia latidos vindo de dentro de um carro completamente fechado e com vidros escuros, dentro do estacionamento.
Cães não suam, então a troca de calor é feita inspirando ar resfriado e expirando ar frio, ou procurando se encostar em superfícies frias. Ambas as formas são ausentes dentro de um carro.
O pobre animal passou por algumas horas angustiantes até ser salvo por autoridades locais que o libertaram violando o carro.
Os policiais ficaram chocados com a situação era um dia de muito calor e o cão encontrava-se muito estressado, desesperado e com muita sede. Então registraram o ato e também o socorro que prestaram ao cachorrinho, o alimentando e acalmando.
Pelas informações recolhidas no local, os tutores deixaram o animal preso no carro para ir curtir a praia. “É seguro dizer que a temperatura dentro do veículo estava acima de 39 graus enquanto o cachorro ainda estava dentro”, relatou o Departamento de Polícia.
Após o resgate, o cão foi encaminhado para o Controle de Animais da cidade de Pinellas, também na Florida. O cão não retornará aos seus antigos tutores, que serão processados criminalmente por maus-tratos. Nos Estados Unidos esse tipo de negligência é punido severamente pela lei.
Aqui, no Brasil, o ato de deixar um animal preso dentro de um veículo encaixa-se como crime de maus-tratos, de acordo com o artigo 32 da Lei 9.605/1998.
Saiba como agir nesses casos:
Ao encontrar um animal trancado dentro de um veículo qualquer pessoa pode e deve agir. Fotografe a situação e a placa do carro e então ligue para a polícia, dizendo que a situação configura em crime de maus-tratos.
Se o animal apresentar sintomas de colapso, respirando muito rapidamente e com a boca aberta, é permitido quebrar o vidro para salvar sua vida. Mas é muito importante que tudo seja registrado – peça para alguém filmar a situação – e que o serviço de segurança local seja acionado.
“Chame uma testemunha e troque contato. Peça para alguém gravar tudo. Posteriormente anote o endereço, data, hora, placa e registre a ocorrência na delegacia, apresentando vídeos e fotos durante o processo. Sem o registro de maus tratos você não comprova que agiu para salvar o animal”, explica Maíra Vélez, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB SP, para o Portal IG.
Após prestar os primeiros socorros, que são oferecer água e molhá-lo, encaminhe o animal para um veterinário.
