Por Marcela Couto (da Redação)
Um júri federal em Atlanta concluiu que o departamento de polícia de Dekalb violou os direitos constitucionais de dois ativistas veganos ao prendê-los durante um protesto em 2003, contra as lojas Honey Baked Ham (comércio de presunto).
Há seis anos, cerca de 15 veganos organizaram um protesto em uma das lojas Honey Baked Ham. Caitlin Childs e Christopher Freeman, dois dos ativistas, estavam panfletando sobre alternativas ao uso da carne de porco. Eles avistaram uma pessoa tirando fotos da demonstração de dentro de um carro próximo. Eles anotaram a placa, a cor e o modelo.
Logo que deixaram o local, o motorista passou a persegui-los. Eles então entraram em um estacionamento de um restaurante mexicano, e o motorista também.
Em seguida um homem saiu do carro que perseguia os ativistas e se identificou como policial, exigindo que ambos saíssem do veículo e entregassem o papel no qual anotaram os dados. “Eu disse que não entregaria pois não sabia se ele um oficial, e mesmo que fosse eu tinha o direito de saber o que estava acontecendo”, disse Childs.
“Eles não abordaram meus clientes porque haviam cometido qualquer ato criminoso, mas o fizeram porque ambos anotaram os dados do carro”, declarou o advogado dos ativistas, Gerry Weber.
Depois de terem recusado entregar o papel, os policiais pediram que os ativistas se identificassem. Chris deixou claro que sua identificação estava no bolso de trás, mas, quando foi pegá-la, foi surpreendido e retirado do carro à força pelos oficiais.
Então os policiais colocaram os dois ativistas contra a parede e começaram um interrogatório agressivo sobre os dados que haviam sido registrados por eles.
Trinta minutos depois mais policiais chegaram ao local e os veganos foram presos por “desacato à autoridade”.
“Na cadeia, o policial que me transportou disse que eu não podia ter as informações que anotei no papel, e por isso estava sendo preso”, relatou Childs.
Ambos foram libertados um pouco depois, mediante fiança de 300 dólares cada. Childs revelou que as chaves de sua casa ficaram em poder da polícia juntamente com o papel de anotações, mas, quando retornou para pegá-los, encontrou apenas as chaves.
Os ativistas sentiram que o episódio era uma violação de seus direitos e liberdade, e encaminharam o caso à justiça. A polícia, por sua vez, justifica que faz parte das atividades rotineiras fotografar protestos e que o carro usado na operação não poderia “ser exposto”.
David Gorman, o policial que abordou e deu voz de prisão aos ativistas, foi considerado culpado pelo júri por conduzir uma prisão ilegal e violar os direitos dos veganos.
“Acho que foi um caso importante. Estou orgulhoso por aquilo que fiz há 6 anos, espero que isso ajude de alguma forma todas as pessoas que estão movendo processos contra a conduta imprópria dos policiais”, declarou Child.
Com informações de Atlanta Progressive News