A Polícia Civil investiga a suspeita de venda de carne de cavalo para consumo humano em Santa Catarina. Os animais teriam sido mortos em um matadouro clandestino situado no município de Lauro Müller. Pedaços dos corpos dos cavalos foram encontrados no local.
A suspeita é de que os animais tenham sido mortos para que a carne pudesse ser comercializada nas cidades de Braço do Norte e Tubarão, localizadas na mesma região do matadouro, no Sul de Santa Catarina.
Os corpos foram encontrados em uma casa e estavam pendurados sob uma tenda improvisada em um terreno ao lado do imóvel. A cabeça de um cavalo e outras partes dos corpos desses animais, com estruturas ósseas aparentes, também foram localizadas nas proximidades da propriedade.
As autoridades acreditam que os cavalos podem ter sido mortos após serem sequestrados das propriedades rurais onde viviam. O caso foi descoberto após a Polícia Militar receber uma denúncia e enviar agentes ao local.
Um homem que estava no imóvel foi detido e encaminhado à delegacia. Ele deve responder judicialmente por crimes relacionados à saúde pública e ao meio ambiente, além de receptação, abigeato – ou seja, sequestrar animais para matá-los para consumo e venda de carne – e maus-tratos contra cavalos.
Os corpos dos animais foram levados para um aterro sanitário e um boletim de ocorrência foi registrado. O caso seguirá sob investigação das autoridades e o criminoso detido poderá ser punido, caso seja condenado em julgamento. Em relação ao crime de maus-tratos a cavalos, a pena é de até um ano de prisão, além de multa. A condenação, porém, deve ser maior por conta dos outros atos ilícitos praticados pelo homem.
Matança de cavalos para consumo: sofrimento e exploração
Matar cavalos para consumo humano é uma prática legalizada no Brasil. A maior parte dos animais que são explorados pela agropecuária, no entanto, têm suas carnes exportadas para países onde o consumo da carne de cavalo tem uma demanda maior.
No Brasil, porém, é mais incomum que a carne desses animais seja consumida, já que o brasileiro tem por tradição consumir carne de outros animais, como bois, porcos e frangos. Matar qualquer um desses animais, portanto, não configura crime. É necessário, porém, ter autorização para fazê-lo, caso contrário o matadouro será clandestino e o proprietário poderá ser punido, como aconteceu com o matadouro irregular de Lauro Müller, onde corpos de cavalos foram encontrados.
Quando o assunto é exploração e o sofrimento, no entanto, a espécie é indiferente. Isso porque todos os animais, desde cavalos até bois, sofrem quando são explorados para consumo humano. Tratados como objetos, são maltratados e impedidos de viver. A dignidade de cada um deles é desrespeitada e o direito à vida não é garantido.
Cientes de tamanha crueldade, ativistas pelos direitos animais defendem a transformação da sociedade em um lugar ético e compassivo no qual humanos convivam pacificamente com as outras espécies, respeitando-as e deixando de explorá-las e matá-las. Essa realidade, porém, ainda é utópica no momento atual. Por isso, enquanto sonham com um mundo melhor, os ativistas lutam para conscientizar cada indivíduo sobre a necessidade de mudar seus próprios hábitos, deixando de consumir produtos de origem animal para não mais colaborar com o sofrimento animal e com a destruição da natureza causada pela agropecuária.