A Polícia Civil identificou um homem suspeito de mutilar as patas de um cachorro que morreu após agressão em Pires do Rio, no sudeste de Goiás. A principal linha de investigação é que o crime tenha sido algum tipo de retaliação ao tutor do animal.
“Ouvimos o suspeito, que é usuário de drogas e tinha uma rixa com o tutor do cachorro, mas ele nega que tenha sido o autor”, afirma o delegado que investiga o caso, Eduardo Eustáquio. O homem foi liberado após prestar depoimento à polícia, pois, segundo o delegado, não há provas que o incriminem.
A Polícia Civil ainda não descarta outras hipóteses para a autoria do crime. “Investigamos também o tutor do cachorro que também é usuário de drogas e pode ter feito algo contra o animal sem pensar”, diz. Segundo Eustáquio, os agentes trabalham na busca por provas do crime. “É difícil porque no local não tem câmeras de segurança e as testemunhas não falam.”
Mutilação
Segundo informações da Polícia Militar, o cão foi encontrado se arrastando, sem as patas, pelo quintal da casa do tutor, que acionou a corporação. O caso aconteceu no último dia 14 deste mês, mas só foi registrado na delegacia da cidade na terça-feira (22).
De acordo com os policiais militares que atenderam a ocorrência, no dia em que o animal foi encontrado ferido, um homem solicitou ajuda da PM afirmando que tinha chegado em casa após o trabalho e se deparado com o cão agredido. O homem afirmou que criava o cachorro e não sabia quem tinha sido o autor da agressão.
Ainda segundo a PM, os agentes identificaram, por marcas de sangue e relato de testemunhas, que as patas do cão foram cortadas em frente a uma casa localizada uma rua acima de onde ele foi encontrado.
Segundo o delegado Luziano Severino de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), o animal sofreu o crime de mutilação, previsto no artigo 32 da Lei 9.605/98.
“A pena para esses casos é de 3 meses a 1 ano de prisão e multa, que varia entre R$ 500 e R$ 3 mil”, explicou. Em caso de morte, de acordo com o delegado, a pena pode aumentar em até 1/3.
Socorro
O veterinário que fez o atendimento ao cachorro relatou que, quando o animal foi socorrido, a mutilação já tinha ocorrido há pelo menos dois dias. “Pela aparência do ferimento e pelo grau de infecção, constatamos que aquele animal já tinha perdido muito sangue”, afirma José Ricardo Garcia Mansur, 36. Para ele, se tivesse sido socorrido com rapidez, o cão poderia ter sobrevivido.
De acordo com o veterinário, além das patas cortadas, o cão também tinha sinais de cortes na região próxima ao abdômen e estava muito sujo. Para o médico, a terra acumulada na área cortada estancou o sangue e impediu que o cachorro sangrasse até a morte logo após ser agredido.
Fonte: G1