Os cerca de 40 cachorros, entre machos, fêmeas e filhotes, que foram encontrados pela Polícia Civil em um canil no distrito de Tibiriçá, em Bauru (SP), no início da semana em condições que indicam a ocorrência de maus-tratos, como publicado ontem, não serão apreendidos, pelo menos por enquanto. Porém, a Delegacia de Crimes Ambientais, que vistoriou o estabelecimento após receber denúncias, exigiu do proprietário medidas imediatas, como limpeza das fezes espalhadas pelo canil, não deixar animais confinados nem acorrentados.
Entre as medidas cobradas ainda estão tampar a caixa de água e esvaziar a piscina, que foi encontrada com água parada e esverdeada – na água parada pode procriar o mosquito que transmite dengue -, revela o delegado Dinair José da Silva, titular do 1.º Distrito Policial, onde funciona a Delegacia de Crimes Ambientais. “Nós o advertimos para que não mais deixe os animais naquelas condições. Ele se prontificou a fazer todos os reparos necessários. É claro que algumas medidas, como obras físicas, não têm como ser feitas imediatamente”, comenta.
A Polícia Civil vai, posteriormente, voltar ao canil para verificar se as medidas exigidas foram tomadas. “E também estamos oficiando a Vigilância Sanitária a fiscalizar o local”, completa o delegado, que aguarda do proprietário a documentação que comprovaria que o estabelecimento funciona legalmente.
Na vistoria ao canil, após receber denúncia da ONG Naturae Vitae, os policiais encontraram cachorros expostos ao sol e à chuva, pois parte das baias não tem cobertura, e um deles estava acorrentando a uma árvore. Uma cadela, com os filhotes, estava fechada numa cela com pouca ventilação e iluminação. Havia fezes e sujeira espalhadas pelo local, que exalava forte odor, e carne, que seria para alimentação dos animais, estragada na geladeira.
Ao final do inquérito, se as irregularidades não forem sanadas, o canil poderá ser proibido de comercializar animais. E, neste caso, os cachorros que estiverem no local poderão ser apreendidos, avisa o delegado.
Fonte: JCnet