Sete baloeiros detidos pela Guarda Civil Municipal (GCM) em Franco da Rocha no domingo (22) são investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MP) por suspeita de envolvimento no incêndio que destruiu 80% do Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. O fogo teve início após a queda de um balão, que tem soltura proibida no Brasil.
Um dos homens detidos admitiu à polícia ser proprietário de um balão e, após pagar fiança de R$ 3 mil, foi solto. Os outros seis foram ouvidos como testemunhas e liberados em seguida. As autoridades apreenderam os materiais usados pelos baloeiros e aplicaram autuações por infração ambiental no valor de R$ 10 mil para cada pessoa envolvida no crime.
Um vídeo registrado no domingo (22) por uma testemunha mostra o momento em que um balão cai nas proximidades do parque. Funcionários do local também encontraram uma estrutura de um balão nesta terça-feira (24) em uma área atingida pelo fogo. Apreendido, o material agora integra as provas juntadas por investigadores da Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DIICMA) de Franco da Rocha.
Em nota enviada ao G1, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que uma equipe da DIICMA “analisa imagens e busca por elementos que auxiliem na identificação da origem do incêndio” e que “também apura se os detidos por soltarem balão no domingo (22), na cidade, têm alguma relação com o início do fogo. Sete foram levados à Delegacia de Franco da Rocha, onde um advogado, de 44 anos, confessou a ação e foi preso em flagrante – os demais foram ouvidos e liberados”.
Outras oito pessoas também foram multadas somente no último final de semana em Franco da Rocha e outros quatro baloeiros considerados suspeitos também foram presos no domingo por soltarem balões nas cidades de Itaquaquecetuba e Jacareí, também no interior de São Paulo.
Ao se posicionar sobre o caso, o Ministério Público informou que o órgão realiza atualmente duas investigações sobre o Parque do Juquery e acompanha a apuração realizada pela Polícia Civil. O caso também é investigado na esfera cível. Segundo o MP, o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do Núcleo Cabeceiras do Ministério Público apura possíveis deficiências de pessoal, destinação de recursos, gestão e estrutura no Parque do Juquery.
Antes e depois
Imagens que mostram o Parque Estadual do Juquery antes e depois de ser tomado pelas chamas (confira abaixo) expõem a dimensão da devastação causada pelo incêndio.
Além da destruição da vegetação, a queimada também impacta os animais e são potencialmente letais para a fauna silvestre de diferentes formas. Muitos animais agonizam em meio às chamas e morrem carbonizados, outros não sobrevivem em decorrência das infecções causadas pelas queimaduras e muitos são atropelados em rodovias enquanto tentam escapar das chamas.
Há ainda casos de animais que sobrevivem aos incêndios, mas morrem ao desenvolver quadros de desnutrição e desidratação decorrentes da escassez de alimento e água comum em habitats devastados pelo fogo.