A Polícia Civil vai buscar hoje o presidente da escola de samba Tom Maior, Marko Antonio da Silva, para levá-lo à força ao Ministério Público Estadual, para que esclareça se o desfile de amanhã terá as presenças de uma jaguatirica, uma suçuarana e uma iguana. O pedido para a polícia será feito pelo promotor do Meio Ambiente José Eduardo Ismael Lutti. Isso porque Silva não compareceu ontem a uma audiência, na qual seria proposto a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), para se comprometer a não levar os animais. A intenção de levar os bichos à frente da comissão de frente foi mostrada em reportagem do JT, no dia 17.
“Se ele não for encontrado hoje, os policiais voltam a procurá-lo amanhã. Caso não o encontrem, vou solicitar a presença da polícia durante o desfile da escola para impedir a utilização dos animais”, afirmou o promotor. Se insistir na presença dos bichos, o presidente da escola e todos os integrantes que estiverem envolvidos na operação com os animais serão levados para a delegacia.
Procurado, Silva disse que não falaria sobre o assunto. Essa também foi a mesma resposta para a pergunta se levaria ou não os animais ao sambódromo.
Além de não comparecer ao Ministério Público Estadual, o presidente também não respondeu a um ofício enviado pelo Ministério Público Federal. O prazo para a resposta se encerrou ontem.
O procurador da república, Adilson Paulo Prudente do Amaral Filho, do Ministério Público Federal, afirmou que vai estender até hoje o prazo para que a escola se pronuncie. “Caso não dê uma resposta afirmando que não irá levar os animais, vou notificá-lo sobre os crimes que está incorrendo”, explicou o procurador. A outra medida que vai tomar é acionar o Comando da Polícia Militar que atuará no sambódromo. “Vou pedir para que fiquem alertas. Caso a escola leve os animais, os responsáveis deverão ser conduzido para a Polícia Federal e vão passar todo o desfile sentado na delegacia”, disse o procurador.
Licença
O Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a quem cabe a autorização para o desfile dos animais, informou ao Ministério Público Federal que a escola não pediu licença para os felinos e a iguana. Entretanto, o órgão informou ao procurador que, mesmo que houvesse a solicitação, não seria dada.
No mês passado, em entrevista ao JT, Silva disse que não pretendia pedir autorização para que isso não atrapalhasse os planos da escola. Os advogados especialistas em direito ambiental Fernanda Tripode e Jeferson Chinche foram os que enviaram representação ao MP para que a presença dos animais fosse proibida. “Nossa representação foi no sentido que o dano a esses animais fosse evitado”, explicou Fernanda.
Fonte: JT